O consórcio 4-1 Opportunity venceu o leilão de concessão da BR-364 em Rondônia na última quinta-feira (27), um marco para o estado e a décima concessão promovida pelo Ministério dos Transportes na atual gestão. O contrato, válido por 30 anos, abrange um trecho de 686 quilômetros entre Porto Velho e Vilhena, na divisa com o Mato Grosso, e prevê investimentos em infraestrutura antes da implementação do pedágio.
Entre as melhorias planejadas estão a duplicação de 107 quilômetros, construção de 190 quilômetros de faixas adicionais, quase 18 quilômetros de marginais, além de 24 passarelas, 90 pontos de parada de ônibus e três pontos de descanso para caminhoneiros. A tarifa do pedágio será de R$0,19 por quilômetro, mas só será cobrada após as obras atenderem aos padrões mínimos de segurança e conforto.
Diante dessa mudança, o economista e professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Rubicleis Gomes, analisou os possíveis impactos da privatização da rodovia para o Acre. Segundo ele, o estado pode ser afetado de duas formas principais: pelo aumento do custo com pedágio e pela melhoria da qualidade da rodovia, o que pode reduzir os custos logísticos.
“A grande questão é a seguinte: o que terá maior impacto sobre os custos no Acre? O aumento do custo em função do pedágio ou a redução do custo em função da melhoria das estradas?”, questiona o economista.
A BR-364 é essencial para a economia acreana, pois representa a principal conexão terrestre do estado com o restante do país. O tráfego intenso de caminhões, somado à falta de duplicações, contribui para um trânsito lento, maior desgaste do pavimento e riscos para os usuários.
No entanto, Gomes não vê viabilidade econômica para uma concessão semelhante no Acre.
“Para Rondônia, onde já há um fluxo bem maior de comércio e transporte de cargas, faz sentido a privatização. Mas no Acre, eu acredito que não haja viabilidade econômica para privatizar as estradas”, afirma.
A concessão da BR-364 em Rondônia foi feita por um valor de R$10 bilhões, a serem pagos ao longo dos 30 anos do contrato. Diante da importância estratégica da rodovia para a integração regional, a expectativa é que o governo federal também volte a atenção para as demandas do Acre.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.