Pelo menos 20 casas estão com a estrutura comprometida após a cheia do Rio Acre em Rio Branco. A enchente forçou 400 famílias a deixarem suas residências, sendo que 225 buscaram abrigo em casas de parentes, enquanto 175 ficaram em abrigos disponibilizados pelo município.
Nesta quinta-feira, com o nível do rio marcando 11 metros, a Defesa Civil iniciou a operação de retorno das famílias para suas casas. No entanto, algumas residências foram severamente afetadas e estão sem condições de habitação, representando risco para seus moradores.
A dona de casa Maria Liberdade foi uma das afetadas. Após passar 10 dias no abrigo do Parque de Exposição, ela retornou à sua casa no bairro Ayrton Senna. Apesar das dificuldades enfrentadas anualmente com as enchentes, ela prefere permanecer onde mora. “Eu prefiro aqui, no meu canto, sofrer. Mas não quero ir para um canto que seja terra matando 24 horas as pessoas. Matando sem a pessoa merecer”, declarou.
A Defesa Civil identificou pelo menos 20 casas que não oferecem mais segurança para seus moradores. Essas famílias permanecerão nos abrigos até que a prefeitura disponibilize uma alternativa segura. Segundo a equipe técnica, as estruturas foram abaladas pela força da correnteza, comprometendo a segurança das residências. “Muitas vezes começa o problema no barrote e até mesmo lá em cima, onde a casa começa a se quebrar”, explicou um agente da Defesa Civil.
Algumas dessas casas já haviam sido marcadas há quatro anos como imóveis de risco, mas, sem outra alternativa habitacional, os moradores continuaram vivendo nelas. A cada nova cheia, a situação se agrava, tornando as moradias ainda mais vulneráveis.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, informou que as famílias que não podem retornar para suas casas receberão aluguel social nos próximos dias. “Elas vão para o aluguel social nesse primeiro momento, porque automaticamente estarão incluídas dentro do nosso programa de habitação, dentro do mínimo a dignidade e dentro do programa do Minha Casa Minha Vida também, que a prefeitura aderiu. Então, todas essas famílias serão acolhidas em suas casas, se Deus quiser, com dignidade, para não ter mais esse problema no futuro”, afirmou.
No entanto, a situação dessas famílias expõe um problema recorrente. Apesar do mapeamento feito há quatro anos, as famílias continuaram residindo em áreas de risco devido à falta de alternativas habitacionais seguras. A cada cheia do Rio Acre, a insegurança e o perigo de desabamento aumentam, evidenciando a urgência de soluções permanentes para evitar novas tragédias.