A partir desta segunda-feira (08), entra em vigor uma nova etapa do Programa Celular Seguro, iniciativa do Governo Federal voltada ao combate ao comércio ilegal de celulares roubados ou furtados. Agora, aparelhos com restrição poderão receber uma notificação direta do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informando a situação irregular. O objetivo é claro: desestimular a circulação desses dispositivos e colaborar com a segurança pública.
Diante do recebimento da notificação, o Ministério orienta que o portador do telefone procure uma delegacia para regularizar a situação ou devolver o equipamento. A medida visa conter uma prática criminosa que, além de causar prejuízos materiais, tem custado vidas em assaltos por aparelhos móveis.
No estado do Acre, os dados reforçam a gravidade do problema. Em 2024, a Polícia Civil registrou 2.317 ocorrências de furto e roubo de celulares. Nos primeiros três meses de 2025, já foram contabilizados 833 casos, com apenas 63 aparelhos recuperados. A subnotificação desses crimes é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança, segundo o delegado Robert Alencar.
“Quando a pessoa registra a ocorrência e insere os dados do aparelho, como o número do IMEI, aumenta-se significativamente a chance de recuperação, mesmo após dois anos do crime. Sem esse registro, a polícia não consegue realizar o papel de restituição dos bens à sociedade”, afirma o delegado.
Para fortalecer o combate a esse tipo de crime, a plataforma permite o cadastro prévio dos dispositivos. Em caso de roubo, furto ou extravio, o cidadão pode acionar o sistema para bloquear o aparelho, incluindo aplicativos e chip. A ferramenta é integrada com operadoras, instituições financeiras e fabricantes, ampliando o alcance das ações preventivas e corretivas.
O Acre aderiu aos protocolos do programa federal ainda em 2024 e está desenvolvendo medidas próprias para agilizar a atuação em casos de crime envolvendo celulares. A população pode registrar boletins de ocorrência presencialmente ou pela Delegacia Virtual e, simultaneamente, comunicar o fato ao Celular Seguro, garantindo uma resposta mais rápida das autoridades.
Apesar dos avanços tecnológicos, especialistas em segurança alertam que o comportamento dos usuários continua sendo essencial. A exposição excessiva dos aparelhos em locais públicos ainda é uma das principais causas de assaltos. Railine, moradora de Rio Branco, afirma que redobra os cuidados ao utilizar o celular na rua: “Coloco o aparelho onde só eu consigo ver. Atendo na rua apenas quando é urgente. É preciso estar sempre atento”, diz.
Além disso, quem pretende adquirir um aparelho usado deve sempre verificar a procedência. Basta acessar o site do programa e digitar o número do IMEI para verificar se há alguma restrição. Caso o sistema aponte qualquer irregularidade, a recomendação é não efetivar a compra.
Com a ampliação do Celular Seguro e o engajamento da população, o Governo Federal espera reduzir significativamente os índices de furto e roubo de celulares no país e contribuir para um ambiente mais seguro para todos.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira, para TV Gazeta.