Durante participação no Gazeta Entrevista nesta segunda-feira (14), o prefeito Tião Bocalom revelou os bastidores da liberação de R$ 17 milhões destinados à recuperação da Estação de Tratamento de Água 2 (ETA 2), em Rio Branco. O recurso, oriundo do governo federal, estava ameaçado de ser perdido por conta de prazos burocráticos apertados.
Segundo o prefeito, o empenho do valor foi feito no dia 27 de dezembro de 2023, e havia a necessidade de execução até o dia 8 de abril deste ano. “Foi um sufoco monstruoso. O dinheiro saiu no dia que eu estava lá em Brasília, mas ainda faltava a liberação total. A gente correu risco real de perder esse recurso”, contou.
A liberação definitiva só aconteceu após uma reunião longa com o secretário nacional de Defesa Civil, que, segundo Bocalom, foi “muito solícito” e ajudou a viabilizar o uso do recurso dentro do prazo. “Graças a Deus conseguimos resolver. O dinheiro caiu na conta e, se a outra parcela ainda não caiu, está caindo agora”, comemorou.
A reforma da ETA 2 se tornou prioridade após os danos causados no ano passado, quando a estrutura sofreu colapso e a balsa que sustentava parte do sistema virou, deixando bombas de captação submersas de forma inadequada. “Foi um caos. Mas agora, com esse investimento, a estação vai ficar novinha, sem mais problemas como os que tivemos”.
Bocalom também destacou que as bombas necessárias para o novo sistema não são de aquisição simples. “São equipamentos feitos sob medida para o local e vêm do México. Não é algo que se compra na prateleira”, disse.
O prefeito ainda criticou a lentidão no trâmite do projeto. Segundo ele, o plano foi apresentado logo após o incidente, aprovado em outubro de 2023, mas demorou quase dois meses para ter o empenho financeiro confirmado. “Perdemos 65 dias só nesse intervalo. É muita burocracia para um momento de urgência”, afirmou.
Com a verba garantida, a expectativa é que a nova ETA 2 entre em operação com mais segurança, estabilidade e capacidade de abastecimento. A medida é considerada essencial para garantir o fornecimento de água à população da capital acreana, especialmente em períodos críticos de seca ou cheia dos rios.