Você já reparou que, mesmo quando o preço do petróleo cai, a gasolina nas bombas de combustível não tem o mesmo comportamento?
E não é só com o combustível. Vamos olhar para os preços dos alimentos aqui no Acre: com a construção da Ponte do Abunã, o estado deixou de ser o local isolado que era antes, mas os preços dos alimentos não acompanharam essa mudança. Por que isso acontece?
Na economia, temos uma explicação para isso: o conceito de “inelasticidade” ajuda a entender por que os preços de alguns produtos, como os alimentos, não caem com facilidade, mesmo quando existem mudanças significativas em fatores como o preço do petróleo ou a melhoria da infraestrutura, como as pontes que conectaram melhor o Acre ao restante do Brasil.
No entanto, nem todos os alimentos se comportam da mesma forma. Alguns itens têm uma demanda mais sensível às variações de preço, ou seja, são considerados bens elásticos. Um bom exemplo disso são a margarina e a manteiga, que são substitutos diretos: se o preço de uma delas sobe, os consumidores frequentemente optam pela outra.
O mesmo acontece com as carnes: se o preço da carne bovina aumenta, muitos consumidores podem escolher outras opções, como carne de frango ou suína, que oferecem alternativas mais acessíveis.
Outro exemplo que ilustra a elasticidade e a inelasticidade dos bens é o preço do petróleo, que tem um impacto direto na gasolina. Quando o preço do petróleo cai, muitos esperam que o preço da gasolina nas bombas também diminua. No entanto, isso nem sempre acontece na mesma proporção. O motivo disso está na inelasticidade dos bens essenciais.
Quando o preço da gasolina sobe ou desce, a quantidade consumida não muda significativamente, porque as pessoas continuam precisando do produto para se locomover, independente do preço.
No fim, a lição é clara: os preços dos alimentos essenciais não vão cair drasticamente por conta de mudanças na infraestrutura ou quedas temporárias no preço do petróleo. A inelasticidade desses bens garante que, mesmo com essas variações, o impacto no bolso do consumidor será mínimo.
Embora o Acre tenha deixado de ser uma região isolada, facilitando o acesso a mercadorias de outros lugares, a natureza inelástica dos alimentos essenciais torna sua demanda pouco sensível a variações de preço.
Mesmo com melhorias na logística, como a criação de pontes e novas rotas de escoamento, os preços desses produtos continuam relativamente estáveis, pois a demanda por eles se mantém forte e constante, independentemente das mudanças no mercado.
No fim das contas, isso é algo que você provavelmente já percebeu no seu cotidiano, mesmo sem usar termos complicados. Quando você vai ao mercado e nota que os preços dos alimentos essenciais continuam altos, mesmo com todas as melhorias na infraestrutura, isso não é por acaso. Agora, pelo menos, você já sabe que isso tem um nome bonito: inelasticidade.