No Acre, pelo menos 100 crianças estão à espera de um lar. Em alusão ao mês da adoção, o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) realizou na última sexta-feira (23) um evento cuja iniciativa é chamar atenção e sensibilizar a população sobre a importância da adoção.
A mãe adotiva Cleísa Brasil esteve presente no evento e compartilhou sua experiência com a filha mais velha, de 14 anos, que chegou por meio de uma adoção atípica.
“A adoção atípica ainda é mais desafiadora, porque você, além de ter uma criança que depende de você, tem um ser humano que depende de várias outras questões”, disse.
No evento, participaram autoridades e representantes de instituições envolvidas na temática. De acordo com o juiz Jorge Lima, somente na segunda vara da infância e juventude da comarca de Rio Branco, tramitam 30 acordos de adoção e 17 novos processos para habilitação estão em fase de análise.
“Muitas crianças, por determinadas razões, são tolhidas desse direito e ficam muitas vezes em acolhimentos institucionais que não devem ser a regra, devem ser a exceção. E a colocação em família substituto na modalidade de adoção é a concretização máxima desse direito”, explicou.
Para realizar o processo de adoção é preciso primeiramente estar cadastrado no sistema nacional de adoção. Se todas os critérios exigidos por lei forem cumpridos, a parte burocrática pode ser resolvida em aproximadamente 120 dias, como explica a vice-presidente do TJ-AC, Regina Ferrari
“Procurem a segunda vara da Infância e Juventude de Rio Branco, ou se morarem no interior, procurem os fóruns, perguntando por esta iniciativa, para que eles possam primeiramente fazer o cadastro”, disse.
O servidor público Evandro Luiza compartilhou como foi o processo de adoção do filho. O primeiro encontro entre os dois deveria ter acontecido quando a criança tinha três anos de vida, mas por alguns contratempos acabou não sendo realizado. Após 11 anos ele conseguiu adotar um menino, e ficou surpreso ao descobrir que se tratava da mesma criança.
“A adoção mudou completamente a minha vida. Talvez ela me fez ter mais coragem na vida, a coragem de perceber que é possível ter uma adoção, que é possível entender as pessoas como elas são e até mesmo para que outras pessoas me entendam como eu sou”, contou.
Reportagem produzida em vídeo pela repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta