Você deve ter visto, e provavelmente se assustado, com à medida que impõe 50% de tarifa sobre os produtos brasileiros anunciada ontem por Donald Trump. E deve ter se perguntado: além dos efeitos para o Brasil, mas e o Acre?
A resposta é simples: para o Acre, o impacto direto dessa medida é quase nulo. Isso porque o estado tem pouca relação comercial com os Estados Unidos. Na prática, os americanos representam uma parte muito pequena das exportações acreanas. Ou seja, mesmo com essa tarifa altíssima, as atividades econômicas do nosso estado seguem praticamente intactas.
Diferente de outras regiões do Brasil, que exportam grandes volumes de aço, carne ou máquinas para os EUA, o Acre não tem essa dependência. Nossa economia tem outros focos e outros parceiros comerciais, e é justamente por isso que essa decisão de Trump não deve causar preocupações diretas por aqui.
Fato é que, apesar de toda a repercussão, o Brasil tem formas de contornar essa situação. O mais provável, e talvez o melhor caminho, é seguir ampliando suas relações comerciais com outros países.
Diversificar os mercados é um exemplo claro disso. Muitos dos produtos que hoje são exportados para os Estados Unidos, como café, carne bovina e aço, já contam com compradores em diferentes partes do mundo. Com articulação e estratégia, essas exportações podem ser redirecionadas sem grandes prejuízos.
Do lado de lá, e do ponto de vista prático, talvez o tiro de Trump saia pela culatra. Essa tarifa tem tudo para gerar aumento de preços dentro dos próprios Estados Unidos, o que acaba pesando no bolso do consumidor americano e pressionando ainda mais a inflação por lá.
Vale lembrar que esse foi justamente um dos fatores que desgastaram o governo Biden, contribuíram para sua desistência da reeleição e levaram à derrota da então vice, Kamala Harris, para o atual presidente.
Como um bom economista que olha para o futuro, é razoável prever que a tendência será de contornar o problema com diplomacia e que, com o tempo, essa taxação perca força ou até mesmo caia. Medidas unilaterais como essa tendem a gerar reações negativas e pressão internacional e, muitas vezes, acabam não se sustentando.
Cenas de um próximo capítulo que não está tão longe: desafios e oportunidades que vão surgir no caminho do Brasil e do Acre, exigindo atenção, estratégia e principalmente, a união de todos.