Policiais protestam contra salários de procuradores
Procuradores do estado com salários de mais de 35 mil reais, acima do teto constitucional, que é 28 mil. A informação está no portal da transparência do governo do Acre, e era exibida por delegados de Polícia na Assembléia Legislativa nesta quarta-feira.
Eles procuraram os deputados e pediram para a Assembléia não aprovar um abono de mais 3 mil reais em cima do salário dos procuradores. Os delegados também são da carreira jurídica, e o abono sobre o salário deles, que não passa de 10 mil, seria de apenas R$ 1,5 mil. Uma injustiça.
“Não estamos dizendo que é muito ou pouco, o que queremos é que haja isonomia e reciprocidade entre os servidores que pertencem a uma mesma carreira jurídica”, defende Messias Ribeiro, presidente em exercício da Associação dos Delegados do Acre
Ao se deparar com a situação, o deputado de oposição Wherles Rocha(PSDB), que é militar reformado, saiu em defesa da categoria que também representa. E reivindicou abono salarial para os oficiais da Policia Militar, a exemplo do que estava sendo proposto para os profissionais da carreira jurídica. “Esperamos que o governo tenha bom senso e se for aprovar para uns que aprove para todos”, afirmou o deputado Rocha.
Para agravar a situação o projeto de lei concedendo abonos para a carreira jurídica foi enviado pelo governo à Assembléia em regime de urgência. Outras categorias de servidores públicos, mobilizados por sindicalistas, ocuparam a galeria do plenário, também queriam ser contemplados.
A prerrogativa do governo em pedir a Assembléia o regime de urgência na tramitação de projetos enviados á casa foi usada de forma plena nesses dias que antecedem o recesso parlamentar. Os deputados não tiveram tempo de discutir com calma as distorções apontadas nessas matérias. O resultado foi parlamentares insatisfeito por terem que votar “as pressas” as matérias e servidores públicos se dizendo prejudicados.
O líder do governo na casa, deputado Astério Moreira(PEN) pediu a retirada de pauta do projeto de lei concedendo os abonos salariais. Até o final da manhã não havia acordo para a matéria ser votada nesta quarta-feira. Na falta de consenso o que era para ser urgente corria o risco de ficar para o ano que vem, após o recesso parlamentar.
“Não há nenhum problema no regime de urgência, é natural do processo legislativo. Porque existem matérias que são apenas alterações de lei, ou a criação de leis complementares, algo que não necessita de meses de debate ou explicações”, declarou Astério Moreira.