Governo busca alternativas para resolver impasse
Mais uma vez, Brasileia é o centro das atenções por causa da imigração haitiana. Neste momento, cerca de 1.200 haitianos encontram-se no abrigo no município localizado na fronteira com a Bolívia. Desde 2010, ano que ocorreu o terremoto que devastou o Haiti, quase 15 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre.
A situação, considerada crítica, levou o Estado a prorrogar o decreto de emergência na região por mais 90 dias. O governador Tião Viana(PT) está em Brasília para discutir uma solução com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo.
Na última sexta-feira, 17, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, esteve no ‘Gazeta Entrevista’ e falou sobre o assunto. Antônio Torres confirmou que a situação do abrigo não é das melhores e ainda não comporta tantos estrangeiros. “Com essa quantidade, temos que colocar mais tendas para comportá-los com um pouco mais de comodidade”, expôs.
Ele afirmou que equipes da secretaria tentam orientar e ajudam a manter o controle do espaço. É comum discussões entre os próprios haitianos. Um dos motivos é a disputa por colchões, que não existem em quantidade suficiente.
Para evitar a proliferação de doenças entre os imigrantes, o corpo de bombeiros, em uma força tarefa, realizou a limpeza do espaço. Na próxima terça-feira, 28, representantes do governo estadual vão estar com a equipe de vários ministérios para adotar novas medidas em relação a permanência dos haitianos em Brasileia.
Neste período do ano muitas empresas adotam férias coletivas e evitam contratar novos funcionários. Esta é a explicação para a aglomeração de tantos estrangeiros no alojamento. Antônio Torres explicou que a permanência dos haitianos varia bastante, homens jovens são os que ficam menos tempo no Acre. “Mulheres a aqueles mais idosos acabam ficando por último. Alguns levam de dois a três meses para saírem de lá”, enfatizou.
Já em relação a entrada ilegal no Brasil, o secretário disse que o acordo firmado entre os dois países não vem sendo cumprido. “Infelizmente, alguns preferem fazer este caminho[ilegal] por considerarem mais rápido”, falou. Mesmo assim, Torres afirmou que os imigrantes recebem o atendimento necessário para regularizar a situação no novo país. “Além da celeridade dos vistos, eles tem a emissão da carteira de trabalho e CPF e ainda tem as empresas que cotratam os haitianos”, concluiu.