Centenas de famílias estão isoladas com as cheias dos igarapés. Para fazer a travessia de um ponto a outro, os moradores ilhados precisam utilizar embarcações e a situação gera muitos transtornos.
No ramal do Panorama, região do São Francisco a situação é crítica. O Igarapé Redenção transbordou e deixou mais de 150 famílias totalmente ilhadas. A ponte que está coberta pelas águas corre o risco de desabar, mas por enquanto o transtorno maior da população está em ter que fazer a travessia apenas por embarcações.
No segundo distrito da capital, encontramos outra comunidade rural isolada. No último sábado o igarapé Judia transbordou e desde então, centenas de pessoas da área rural do Belo Jardim ficaram ilhadas. “Quem trabalha a noite ou pra passar aqui de madrugada como faz?”, questiona o açougueiro Antônio Pereira.
O contorno que Antônio cita é de 4 km pela Br 364. Mesmo com dificuldades e riscos, os moradores optam pelas canoas e catraias por que o ramal está em péssimas condições. Os serviços de infraestrutura transtornam mais a vida da população, do que ter que subir em pequenas embarcações para atravessar o igarapé em seco.
A autônoma Eurides Nascimento tem duas canoas e desde o final de semana está transportando pessoas. Ela afirma que não precisa dos R$ 0,50, valor pago pelo serviço, mas está trabalhando para ajudar a comunidade. “Eu faço isso pra ajudar a população. Às 4 da manhã já estou aqui”, disse.