A prefeitura de Rio Branco iniciou nesta quarta-feira, 12, a “Operação Volta pra Casa”. As famílias abrigadas no parque de exposições retornam amanhã para seus lares e enquanto isso os bairros afetados pela cheia do rio receberam limpeza geral em ruas e quintais.
As equipes de limpeza da prefeitura foram divididas em 3 regionais, para atender os 7 bairros atingidos pela alagação. Uma delas ficou responsável por duas vias do bairro 6 de agosto. A rua Santa Terezinha e a Travessa Édem foram afetadas pela cheia do Igarapé Judia. Os quintais de algumas casas ainda estão cobertos pela água, mas a maioria está com a lama deixada pela enchente. A “Operação volta pra casa” começou e um dos primeiros serviços, é deixar os bairros em melhores condições para receber os desabrigados. “A limpeza é feita direto na rua e também baldeando com ajuda de jato de pipa. Também pedimos aos moradores permissão pra entrar nos quintais e retirar entulhos deixados pelas águas”, disse Zoder Castanha, coordenador de uma equipe.
Enquanto isso, as 171 famílias abrigadas no parque de exposições aguardam a segunda fase da operação, quando realmente retornam aos seus bairros. “As famílias receberam os kit’s de limpeza para fazer a higienização de suas casas e nosso poder operacional está sendo mobilizado para amanhã iniciar o retorno das famílias às suas residências”, informou o coordenador da defesa civil municipal, tenente coronel George Santos.
A ansiedade é grande entre a maioria das famílias abrigadas no arque. A dona de casa Iraci Oliveira, por exemplo, morava no bairro Cadeia Velha. Morava, por que ela recebeu a notícia de que foi contemplada por programa habitacional e saindo do parque vai direto para a nova casa. “De sofrimento já chega. O pouco que a gente tinha ia com as águas”, disse.
Mas nem todo mundo está feliz com o retorno ao lar. A aposentada Lindalva Gonzaga (71) moradora do bairro Taquari está angustiada porque vai ter que voltar pra área de risco, e devido ao pouco que ganha não tem condições de envelhecer com dignidade. “Eu pago R$ 250,00 de aluguel e o remédio que eu tomo custa R$ 88,00. Aí tudo se torna difícil, e morar num lugar desses, revolta”, desabafou.
A primeira família retirada do parque saiu pela manhã. Foi um caso excepcional, já que a volta pra casa só começa nesta quinta-feira. Mas o filho de Maria do Carmo morreu vitima de um latrocínio no município de Manuel Urbano e a família quer enfrentar o momento junto e em privacidade. “Agradeço por tudo que fizeram por mim”, disse.