Maioria dos casos no Acre está entre etnias Kulina e Kaxinawá
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) chama a atenção para um índice alarmante: a covid-19 é extremamente letal para os índios da Amazônia. Uma pesquisa revela que as comunidades indígenas são as mais vulneráveis ao novo coronavírus e se não houver um atendimento diferenciado, serão muitos óbitos nas aldeias.
Por causa do alerta uma força tarefa formada por técnicos da Funai e do Distrito Sanitário Indígena do Alto Acre, está fazendo um levantamento nas aldeias do município de Santa Rosa do Purus e tentando conscientizar os índios a não saírem de suas terras.
No município com 6.500 habitantes acendeu um sinal de perigo. Com 160 casos confirmados de coronavírus, Santa Rosa se tornou um problema para as entidades que cuidam da saúde indígena.
A maioria dos casos foi diagnosticada entre os povos Kulina e Kaxinawá. São 46 aldeias e mais de 3.000 indígenas morando na região e mais da metade dos casos de covid-19 afetaram diretamente os índios.
A taxa de mortalidade nessa população, quando se calcula o número de óbitos por 100 mil habitantes chega a 150%. É a mais alta entre todas as regiões do país. A taxa de infecção é de 84% entre os índios amazônicos, o que mostra a vulnerabilidade dos povos indígenas e reafirma o que as lideranças vêm cobrando há muito tempo: um tratamento diferenciado.
Nesse final de semana houve mais uma vítima em Mâncio Lima, o cacique Mário Puyanawa, de 77 anos, morreu após perder a batalha contra a Covid-19.