No limite
A aprovação do mais recente pedido de empréstimo feito pelo governo do Acre levará a dívida consolidada do Estado para R$ 2,5 bilhões. O valor corresponde a pouco mais de 70% da Receita Corrente Liquida. Até 2012, segundo dados do Tesouro, esta correspondência era de 52%. Os dados mostram o momento delicado em que as finanças públicas acreanas estão. Diante das constantes quedas de repasses do FPE é de se questionar a real capacidade de pagamento.
Cautelas
É certo que o empréstimo é a melhor forma para o governo superar a crise provocada pela queda do FPE. São estes recursos os responsáveis por evitar quebradeira maior da economia local. Mas o preço que poderemos pagar no futuro é imprevisível.
Pepinos
Todas estas dívidas vão estourar nas mãos de algum governador, seja da atual oposição ou da Frente Popular. Governar será um grande desafio para qualquer gestor. Um amplo debate sobre a situação fiscal precisa ser travado nos próximos meses.
Norte e Sul
E o mais impressionante é que esta crise bate à porta dos mais variados Estados, inclusive os mais ricos. O Rio de Janeiro, com todas as suas minas de petróleo, tem recorrido com frequência aos financiamentos para financiar seus investimentos.
Evolução
Outros dados do Tesouro Nacional demonstram o grau da evolução da dívida acreana. Saímos de R$ 705 milhões em 2000 para pouco mais de R$ 2 bilhões este ano.
Seguro
Os números mostram que, não fossem estes financiamentos, o Estado teria pouca ou nenhuma capacidade para realizar os investimentos responsáveis por assegurar o PT no poder.
Pires na mão
Quem também está em busca de crédito é o prefeito Marcus Alexandre. Na segunda-feira ele esteve na sede do BNDES, no RJ, para negociar possíveis financiamentos para projetos a serem executados na capital.
Jazigo
Era mais natural do que a PEC da aposentadoria de ex-governador nem sair da gaveta. O Palácio Rio Branco não estava disposto a dar a Gilberto Diniz (PTdoB) a glória pela aprovação da matéria. De forma silenciosa os parlamentares governistas trabalharam para garantir o falecimento prematuro da proposta.
Cara descoberta
Um motivo lógico contribuiu para este desfecho: a falta de pressão popular na Aleac. Os manifestos tímidos ocorreram por alguns “gatos pingados”, mas sem a força necessária para pautar os debates da Casa.
Quem diria
A grande dúvida é saber se todos aqueles deputados da base de Tião Viana (PT) que assinaram o requerimento da PEC voltarão a fazer o mesmo gesto. Diante do esvaziamento das manifestações populares, o mais certo é a oposição amargar outra derrota.
A chefia
Deve ser iniciada no mês de outubro em diante a corrida entre procuradores e promotores pela Procuradoria-geral de Justiça. Patrícia Rêgo, a atual titular da cadeira, tem dito ainda não saber se vai concorrer novamente.
Divisão
Uma certeza, porém, é que hoje o Ministério Público está bastante dividido. Uma ala apoia a gestão de Patrícia, enquanto outra vê bastante interferência externa na instituição. É possível que o resultado da votação da lista tríplice revele um MP em dois campos distintos.
Maus modos
Este pedido de CPI da BR-364 pela deputada federal Antônia Lúcia (PSC) é tão esdrúxulo quanto seu mandato. A Câmara dos Deputados não tem o dever de investigar uma obra isolada do governo federal. Isso seria mais função da Aleac. A Câmara tem preocupações bem maiores.
Manobras
Além disso, ela recorreu a um projeto de resolução, que não precisa passar pelo plenário da Casa. Um requerimento, que seria o modo mais apropriado para uma CPI, certamente morreria pelo meio do caminho. Foi por conta disso que Sibá Machado (PT), de forma imprudente, assinou tal projeto.