Os opostos se atraem
A permanência do ex-governador de São Paulo, José Serra, no PSDB mostra as grandes diferenças entre ele e seu pupilo no Acre, Tião Bocalom (DEM). Serra e Bocalom são amigos há muito tempo. Vez por outra o hoje democrata almoça com o tucano paulista. Mas Serra, ao invés de se deixar levar por aventuras e conversa de pé de ouvido, não está disposto a jogar sua biografia política na lata do lixo numa corrida presidencial sem estrutura e fadada ao fiasco.
Fatores
“Aventura”. Esta foi a palavra usada pelo próprio Serra em conversa com Aécio Neves para justificar sua permanência no PSDB. Serra sabe que concorrer à presidência no PPS seria suicídio, pois não teria a mínima estrutura necessária, com poucos recursos financeiros e segundos exíguos na propaganda eleitoral.
Repetição
Este é o mesmo cenário a ser encontrado por Bocalom se de fato concorrer ao Palácio Rio Branco ou ao Senado. Ele encontra dificuldades para montar palanques consistentes nos municípios, o DEM tem caixa reduzido e pouca visibilidade.
Cautela
José Serra, mesmo em algumas pesquisas aparecendo na frente de Aécio, não se deixou levar por falsos prognósticos e promessas. Pesquisa é momento, não refletindo como estará julho ou agosto de 2014. Serra é político experiente, e na maioria dos casos a razão precisa estar sempre acima da emoção.
Umas dicas
Bem que Bocalom poderia pegar umas boas aulas com Serra. É triste ver um político da estirpe de Bocalom, que tanto contribuiu para o debate democrático nos últimos anos no Acre, colocar em risco sua trajetória política por conta de “aventuras” e tiros no escuro.
Os rescaldos
Ao fim desta semana o senador Sérgio Petecão (PSD) sairá como o mais enfraquecido em todas estas movimentações pré-2014. Aos quatro ventos anunciava a saída de legendas importantes da FPA para apoiá-lo, incluindo ai o PSB e o PTB. Não ficou com nenhum, perdeu o PSL e o PR, se contentando só com o Democratas.
Certificado
Luiz Anute afirma não haver perigo do Solidariedade no Acre estar no palanque de Tião Viana (PT). Em Brasília a legenda de Paulinho da Força está prestes a ser cooptada pelo Planalto. A oferta? A manutenção e entrega de cargos.
Amizade
Segundo Anute, que também preside a Força Sindical, a sua boa relação com Paulinho assegura o partido na oposição. De acordo com ele, vários líderes locais procuraram Paulinho na tentativa de ficar com a legenda no Acre, mas o deputado sempre o consulta.
Ao povo
Astério Moreira (PEN) afirma que o anúncio de não disputar cargo eletivo em 2014 ocasionou mais problemas do que alívio. Desde então, segundo ele, vários foram os assédios para ele não desistir e continuar na política. Como reforço, a direção nacional do PEN o queria concorrendo à Câmara.
Um salto
Por conta disso, Astério agora passa a ser apresentado como candidato a deputado federal, e com a benção do Palácio Rio Branco. O deputado terá como garantia ser o nome do governo nos municípios do Alto Acre, onde está sua base eleitoral.
Regalias não
Um dos fatores que espantou Chico Viga (ex-PSD) do Pros foi a impossibilidade de escolher um candidato de sua preferência a deputado federal. Caso lá aportasse, teria que pedir voto para Roberto da Princesinha.
Regalias não 2
Viga questionou privilégios dentro da legenda já que Maria Antônia (ex-PP) poderia ficar livre para fazer a campanha de César Messias (PSB). Apesar de ser apontado como certo no PSL, o PDT pode ser outro destino do parlamentar.
Bom impacto
Além de Rio Branco, em 2014 a oposição terá que centrar bastante força no interior, área em que o governador Tião Viana (PT) tem elevada aprovação popular por conta das ações de governo. Os oposicionistas vão precisar suar a camisa para encontrar os pontos fracos do Palácio Rio Branco.
Sucessão
Quem está entrando na vida política é o filho do saudoso professor José Mastrangelo, que por longos anos contribuiu para o fortalecimento da política acreana. José Mastrangelo Filho está filiado ao PPS (trincheira do pai por longos anos) por onde pretende concorrer a deputado estadual.
De fora
Responsável constitucional pela segurança das fronteiras do país, a Polícia Federal no Acre ficou apenas como “convidado permanente” em Câmara Temática de Fronteira criada pelo governo para elaborar o Plano Estadual de Segurança Pública de Fronteira. Será consequência da operação G7?