Representantes do comitê internacional da Cruz Vermelha estão visitando o Acre esta semana para verificar a situação dos imigrantes haitianos e de outros países que desde 2010 estão entrando no Brasil pelo Acre.
A Cruz Vermelha internacional é uma entidade com representação em vários países, que presta assistência humanitária às populações vítimas de guerras, catástrofes naturais e situações de crise, como a que se instalou na tríplice fronteira do Brasil envolvendo imigrantes ilegais.
“ Existem muitas situações semelhantes a essa, e até piores, em outros países do mundo. Mas a diferença do Brasil é a atitude positiva de receber a prestar assistência a esses imigrantes”, declara José Delgado, representante da Cruz Vermelha Internacional.
Atualmente centenas de imigrantes haitianos e de outras nacionalidades estão em Brasiléia aguardando a possibilidade de entrar no Brasil. O governo do Acre continua prestando assistência humanitária, mas o alojamento onde o estrangeiros ficam continua lotado.
A enchente do rio Madeira, que já trouxe tantos problemas para o Acre, também agravou a situação dos imigrantes na fronteira. Com a BR 364 interrompida, as linhas de ônibus interestaduais não estão operando, e os imigrantes não tem como deixar o estado. A única opção é permanecer na fronteira, onde o número deles só aumenta.
Após fazer um diagnóstico da situação encontrada no Acre, os representantes da Cruz Vermelha internacional se reuniram com secretários de governo do estado para estreitar laços e sugerir medidas de apoio à causa.
O secretário em exercício de cidadania e direitos humanos informou aos visitantes da Cruz Vermelha sobre as medidas já adotadas pelo governo federal em apoio ao estado do Acre, como forma de amenizar os prejuízos causados ao estado, sem abrir mão de receber os estrangeiros que chegam ao país em busca de uma vida melhor.
“ O governo federal está montando estrutura semelhante a essa que temos em Brasiléia em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras capitais, para que os imigrantes saiam de Porto Príncipe, no Haiti, e venham direto para o sul e sudeste, e lá eles vão ter esse mesmo acolhimento que tem aqui, fortalecendo assim a rota legal de imigração”, explica Ruscelino Barbosa, secretário executivo da SEJUDH.