Saída honrosa
Presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, reforça o que já foi dito aqui neste espaço: houve uma reunião realizada no Ifac na quarta-feira que definiu a “saída honrosa” para o Governo em relação à greve dos trabalhadores em Educação: a inclusão do Colegiado de Diretores de Escolas Públicas Estaduais (Codepe) nas negociações.
Sem legitimidade
O Sinteac entende que o Colegiado, respeitando a credibilidade e experiência dos diretores, não tem legitimidade para falar em nome dos trabalhadores em Educação. “O Codepe tem a missão de cuidar da gestão escolar; fazer as escolas funcionarem”, diferencia a presidente. “A política salarial para os trabalhadores em Educação tem um sindicato legitimamente constituído que representa a categoria”.
Clima
O fato é um só: o clima é o pior possível. Com um agravante para o Governo do Acre: a mobilização a favor dos trabalhadores tem aumentado. O anúncio do governador de que iria cortar ponto de grevistas foi uma declaração que tentou apagar fogo com gasolina.
Clima II
O Codepe serviu de instrumento para uma desculpa oficial e estratégica: o recuo simulando uma situação de pseudo-tolerância com a categoria. Algo semelhante a: “o equilíbrio do Codepe fez com que os pontos dos professores não fossem cortados. Somos respeitosos com a categoria”.
Clima III
Quando, na verdade, já havia decisão semelhante da Justiça de São Paulo disciplinando como o Executivo deve se comportar nesses casos.
Adufac
A situação gerou solidariedade entre trabalhadores de outras esferas do poder público. A Adufac divulgou uma moção de repúdio em que condena o que classificou as articulações do Palácio Rio Branco como “medidas intimidatórias” tentando enfraquecer a representação sindical dos trabalhadores em Educação.
Oficial
O Governo do Estado do Acre divulgou na tarde desta sexta-feira uma extensa nota com a versão oficial da greve. No longo texto assinado pelo secretário de Estado de Educação, Marco Brandão, reforça-se a ideia de que o governo sempre manteve aberto o diálogo “e nunca se retirou da mesa de negociações”. E se defende, acusando: “Quem fez isso foi o Comando de Greve”.
Na conta
Nas contas do Governo, até o final de 2010, a folha era de R$ 418 milhões. Em 2015, saltou para R$ 640 milhões. E em 2016, se aproximará dos R$ 700 milhões. Fala ainda sobre a realização de concurso para 2,5 mil servidores.
“Minoritária”
O governo insiste em reconhecer a greve e a mobilização existente. “A greve minoritária e a agressividade do seu Comando desconsideram alunos, pais e a maioria dos professores, insistindo em uma radicalização que ameaça o ano letivo, já pressionado por um calendário prejudicado pelas alagações recentes”, anotou o secretário na nota.
Ponderação
Houve uma breve ponderação por parte do secretário quando ele abordou outros pontos da agenda que podem ter encaminhamentos. “Se não existe possibilidade de debater reposição salarial para este ano, a pauta da Educação contempla muitos outros pontos que podem ser encaminhados, sempre na perspectiva da qualidade do ensino e da valorização dos trabalhadores da Educação”.