Vitória da Política
Quem esteve na eleição da Amac comprovou: ficaram rasos os olhos do prefeito de Rio Branco, o petista Marcus Alexandre, ao saber que a associação dos municípios lhe escapou pelas mãos. Como em quase todas as derrotas, estava sozinho.
Solidão
O petista Marcus Alexandre não estava acompanhado do clã de assessores políticos da Frente Popular. Não estavam ao lado do prefeito os sofistas de sempre, armados com calculadoras que somam Maquiavel, Gramsci e frases feitas de Fidel Castro. Marcus Alexandre estava só.
Gratidão
Protocolarmente, agradeceu aos prefeitos (sobretudo ao peemedebista Barbary, de Porto Walter, que compôs chapa com ele). O petista garantiu que não vai abandonar a Amac e que vai “ter mais tempo para se dedicar exclusivamente à Prefeitura de Rio Branco”.
Gestão
Falem o que quiser do perfil de Marcus Alexandre, mas o fato é que, à frente da Amac, o petista soube emplacar a imagem de uma instituição republicana, focada na elaboração de projetos e pronta a intermediar relações institucionais entre prefeituras e Governo Federal nos nada amistosos corredores ministeriais de Brasília. Isso não é esforço pequeno.
O que é?
O que é a Amac, efetivamente? Quando foi criada, temia-se de que seria uma espécie de “sindicato dos prefeitos”. Foi Angelim, então prefeito de Rio Branco, quem deu a “cor técnica” à instituição. A condução do petista passou a contar, inclusive, com a simpatia de Vagner Sales, prefeito de Cruzeiro do Sul na ocasião. A Amac passou a ser uma instância “técnica”. Mas que, como todos sabem, era um “espaço de poder”. E o poder não aceita vácuo.
Estritamente
A própria Frente Popular sabe do tamanho da derrota e o que simbolicamente ela representa. Do ponto de vista da gestão, não haverá nenhum prejuízo para Marcus Alexandre. Longe disso. A questão é de ordem política, estritamente.
Regimento
A prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino, foi a títere necessária. Foi alçada à condição de cabeça de chapa por um cálculo feito em uma mesa com as mais importantes lideranças do PMDB, conforme ilustra a foto publicada no perfil de uma rede social da deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB).
Regimento II
Ali, o regimento da Amac foi esmiuçado: artigos, incisos, parágrafos. Constatou-se que o critério idade poderia ser um dos que garantiria a vitória da oposição, caso o prefeito de Cruzeiro do Sul não encabeçasse a chapa. Telefonemas, articulações, promessas. A vitória foi questão de tempo.
Promessas
O PMDB em uma mesa e o PP em outra. A lista de promessas aos prefeitos foi grande. Caso essas promessas sejam cumpridas, a balança eleitoral de 2018 ganhou bom peso. Resta saber se serão cumpridas.
Placar
Chegou-se ao placar de 11 votos para Marcus Alexandre; 11 votos para Marilete Vitorino. Pelo critério da idade (a prefeita é mais velha que o petista Alexandre), a oposição ganha.
Vitória mesmo?
Foi, de fato, uma vitória? É uma pergunta. Marilete Vitorino vai ter, a partir de agora, que se arvorar uma capacidade de articulação política que ela não tem. Com uma ressalva: Ilderlei Cordeiro, em Brasília, tem a força de uma Cibalena vencida para curar câncer. Ou seja: é uma nulidade. Resta à prefeita, na prática, os nomes de Flaviano Melo (PMDB), Gladson Cameli (PP) e Sérgio Petecão (PSD).
Lições
A Frente Popular continua com o vício de subestimar a inteligência alheia; de subjugar a capacidade de articulação de outros grupos políticos. E os fatos, pouco a pouco, vão desenhando um cenário bem diferente.
Interior
Um dos aspectos valorizados por lideranças da oposição com a vitória na Amac guarda relação com a atuação do petista no interior do Acre. Referendado por uma agenda da associação, Alexandre aproveitava para costurar alianças com diversas comunidades no interior do estado. “Agora, ele não vai ter mais argumento para ficar fazendo campanha para 2018 no interior”, diz uma liderança peemedebista.
Negou
O vice-prefeito de Tarauacá, Francisco Feitoza Batista, ou simplesmente Chico Batista, liga para a redação do site AGazeta.Net. Nega informação divulgada nas Quentinhas da Redação de que esteja (ou estivesse…) “de mala e cuia” para o PSDB. “Por enquanto, não”, deixou escapar. “O futuro a Deus pertence”. Hummmmmm Então, tá.
Negou também
Batista negou também que estivesse, de alguma forma, insatisfeito com a maior liderança de seu partido, o senador Gladson Cameli. “Não tenho e nunca tive nenhum problema com o senador Gladson Cameli. Tenho uma convivência respeitosa e de harmonia”, afirmou.
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