ACREANA, MESTRA E DOUTORANDA NA ÁREA AMBIENTAL, IDELCLEIDE CORDEIRO, TEM LIVRO LANÇADO NA UNIÃO EUROPÉIA
Para quem à conhece e faz parte de seu convívio, considera uma verdadeira workaholic, (gíria em inglês que significa alguém viciado em trabalho; um trabalhador compulsivo) mulher dinâmica e à frente do seu tempo. Falo da escritora e doutouranda do Programa de Pós-Graduação de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia – PPGCASA, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, a acreana-cruzeirense, Idelcleide Rodrigues Lima Cordeiro, Mestre em Direito Ambiental pela Universidade Estadual do Estado do Amazonas – UEA; Advogada; Economista; Especialista em Administração Pública. Foi Superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis-Ibama no Acre; Secretária Executiva de Produção Rural do Estado do Amazonas – SEPROR; Gerente do Projeto de Apoio ao Fortalecimento da Defesa Agropecuária e Floresta na Agência de Defesa Agropecuária e Floresta do Estado do Amazonas ADAF. Presidente do Conselho da Reserva Extrativista Chico Mendes e do Conselho da Reserva Extrativista do Alto Juruá. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Sócioambiental da Amazônia (NEPPS/PPGDA) e do Projeto de Desenvolvimento Científico Regional Fapeam/CNPQ. Autora de artigos científicos-jurídicos, com temas na área do Direito Ambiental, publicados em anais de congressos e revistas especializadas. Desde 1993, trabalha na área ambiental, participou da implantação da Secretaria de Meio Ambiente do Acre – SEMA, do Fundo Estadual de Meio Ambiente do Acre e da execução do Programa Piloto de Proteção as Florestas Tropicais – PPG7, no Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, financiado pelos sete países mais ricos do mundo. Acompanhou os processos de criação das Reservas Extrativistas Cazumbá, Iracema e Alto Tarauacá. Idelcleide, lançou em Cruzeiro do Sul o livro “Da Biodiversidade ao Conhecimento tradicional” e em breve lançara em Rio Branco. E o segundo livro, “Regulamentação Jurídica do Patrimônio Genético”, foi lançado na União Européia, a convite de uma editora que publica livros em 40 países, para a alegria da escritora. No mais, através da tal tecnologia, precisamente via whatsApp, a atenciosa e inteligente, Idelcleide, me concedeu essa entrevista.
VAGNO: Idelcleide, a sua formação são voltadas para Economia, Administração Pública, Jurídica e Meio Ambiente. Qual das quatro você se identifica?
IDELCLEIDE: É difícil dizer com qual formação identifico-me, as quatros são importantes para as atividades que desenvolvo. Vivemos em um mundo que tudo gira em torno da economia. Tenho uma grande afinidade com o Direito, especialmente o Direito Ambiental, o meio ambiente é a minha grande paixão. Faço Doutorado em Ciência do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia mas, a Administração Pública é desafiadora e eu gosto de desafios.
VAGNO: Por que os serviços ambientais são importante?
IDELCLEIDE: Os serviços ambientais são fundamentais. O meio ambiente é capaz de se regenerar naturalmente, porém, isso depende do grau de degradação causado. Uma área que sofreu uma queimada natural pode se recuperar sozinha, mas para isso acontecer numa área usada para agricultura intensiva é muito mais difícil. E hoje, o que mais prejudica a natureza, é a degradação antrópica (causada pelo homem), que esgota os recursos de uma área impedindo a regeneração natural. Por isso é importante prestar serviços ambientais para continuarmos a usufruir do capital natural de forma sustentável, favorecendo o desenvolvimento da economia e o bem-estar das pessoas. Os serviços ambientais proporcionam ganhos a todos os envolvidos, desde os prestadores do serviço, os beneficiados pelos serviços e também a natureza.
VAGNO: Quem te inspirou ou lhe incentivou a escrever os livros: “Da Biodiversidade ao Conhecimento Tradicional” e “Regulamentação Jurídica do Patrimônio Genético”?
IDELCLEIDE: Os livros são frutos da minha dissertação de Mestrado em Direito Ambiental, mas a escolha dos temas estão relacionados com a minha experiência na área ambiental, quando desenvolvi atividades na Secretaria de Meio Ambiente, no IMAC e no IBAMA. Mas quem me inspirou foi o meu pai, homem do povo que sempre lutou por seus ideais, ensinou-me desde cedo a dedicação e o amor ao trabalho, dando-me a oportunidade de aprender junto à Superintendência do IBAMA – Acre, ao desenvolver projetos que foram de grande importância para a sustentabilidade ambiental do nosso Estado e para o desenvolvimento econômico das comunidades tradicionais.
VAGNO: Você acha que o Brasil tem políticas públicas voltadas para o meio ambiente?
IDELCLEIDE: Sim. A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em 1972, vemos uma evolução histórica na formulação e implementação de políticas públicas ambientais no Brasil. Surgiram novas leis e, em especial a Lei 6.938/81, conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente e a Constituição 1988, que dedicou um capítulo inteiro para o meio ambiente. Porém, termos que reconhecer que essa evolução se deu em boa parte, como resultado de uma forte pressão externa, alertando para as graves consequências para o futuro da humanidade, caso não houvesse uma mudança significativa de postura dos Governos. É importante também, ressaltar, que embora existam políticas públicas voltadas para o meio ambiente, no que tange ao Direito Ambiental, é forçoso reconhecer a existência de suficiente legislação para a proteção do ambiente e salvaguarda da sadia qualidade de vida. Todavia, é deficiente a implementação, uma vez que os órgãos estatais estão insuficientemente equipados para sua implementação, ou diante das dificuldades da realidade político-administrativa do nosso país.