DEFINIDO
O secretário de Produção e Agronegócio, Paulo Wadt, será exonerado. A situação já está definida desde a semana passada. Governador Gladson Cameli anuncia mudança quando retornar da Colômbia onde participa de encontro da Força-tarefa de Governadores da Amazônia Legal para o Clima.
POR QUÊ?
O que fez de Paulo Wadt, um pesquisador da Ufac com reconhecida capacidade técnica ser sacado da equipe de uma das pastas estratégicas da gestão de Gladson? São várias “leituras”. A principal aponta para a falta de traquejo político. E a “Política” foi a referência construída pelo governo para composição da equipe, embora isso seja negado. A Secretaria de Produção e Agronegócio tem uma porteira cujo controle está com os irmãos Rocha. A deputada federal Mara Rocha (PSDB/AC) deve ter passado seus primeiros momentos ruins como parlamentar ao ter que anunciar demissão a uma pessoa em que ela depositou total esperança.
“POLÍTICA”
Wadt acreditou na retórica que o levou ao cargo. Tinha fé de que a natureza técnica de sua postura o blindaria da rotina de respeito à condição política que a função exige. Errou no cálculo. Sem contar um problema eminentemente prático. A Secretaria de Produção é uma das poucas que possui escritórios em todos os 22 municípios do Estado. O que deveria ser algo bom acabou se tornando um problema porque Wadt não tinha dinheiro para a manutenção e ocupação da estrutura com equipes de trabalho efetivo.
INFELIZ
Wadt foi o secretário que, em declaração à imprensa, disse que não era necessário dinheiro para fazer Agricultura. O governador Gladson gostou. Mas a fragilidade da fala foi tamanha que não conseguia se manter em pé nem mesmo na própria rotina da secretaria de Estado.
BASE
A Avaliação de Entrada da Educação Básica no Acre constatou um quadro caótico. Desesperador. 80% dos alunos tiveram desempenho abaixo do que se esperava em Matemática e 76% abaixo do razoável em Ciências Humanas. Isso diz muito da rotina de exclusão social e econômica a que a juventude acriana está inserida. O contexto de violência das escolas públicas não poderia forjar outro resultado. A escola não é casa de milagres. Ela reflete exatamente como está a comunidade.
UMA COISA…
Que a escola não é uma ilha de excelência dentro da comunidade é um fato. Mas nem por isso os gestores das escolas devem esperar que os problemas sociais e econômicos sejam resolvidos para encarar os dados. Os números precisam ser observados, sim. É com eles que a SEE deve ter base para decidir política pública. O que seria um erro é cobrar de diretores e professores a mudança do quadro de forma isolada. Seria injusto. Mas que os números exigem análise cuidadosa, exigem.
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