REFORMA
A aprovação da Reforma Administrativa não pode gerar surpresa entre os leitores que acompanham a cena política regional. Ela teria que ser aprovada. Também o parlamento está refém do ambiente de crise. E quer superá-lo. Aprovar a reforma administrativa é permitir que o governo inicie efetivamente a gestão com o tamanho que ele entende ser o adequado.
TAMANHO
É claro que esse “tamanho do governo” varia com a diversidade de parlamentares. Alguns divergem por ser oposição; outros por coerência. À oposição coube o direito de ao menos espernear: porque também se a oposição não tiver ao menos o direito de espernear sobre um ou outro ponto é melhor ir embora. Já o deputado Roberto Duarte (MDB) cobrou coerência do governo com a retórica da mudança pregada durante a campanha.
COERÊNCIA
O deputado emedebista queria que fosse suprimida a parte do texto da reforma da Reforma Administrativa que criou 450 novos cargos. O argumento era o respeito ao que disse Gladson Cameli na campanha de que faria uma gestão “enxuta” e que não usaria com o parlamento a mesma metodologia da FPA para garantir governabilidade. É preciso admitir: há coerência na fala do parlamentar. Embora seja uma coerência que não encontra elementos factuais na história política brasileira na relação entre os dois poderes.
FATO
O fato é que, agora, o governo já disse o tamanho que quer ter, o parlamento concordou. É hora de mostrar eficácia até agora inexistente. Já se aproxima junho e nada se vê de efetivo no governo. Em nenhum segmento. Até agora, o Palácio Rio Branco foi pautado pelas questões de nomeações. E mais nada.
PARÓDIA
A cena do governador Gladson Cameli sentado, conversando com servidores mobilizados em protesto em frente ao Palácio Rio Branco lembrou Edmundo Pinto. O clima era muito mais ameno do que aquele pelo qual ficou conhecido o governador no início dos anos 90 no embate com o aguerrido Sinteac. Gladson prometeu conversa para definiçôes na sexta (24).
ESPINHA
Governador Gladson Cameli tem uma espinha entalada na garganta. Chama-se José Adriano, presidente da Fieac. Cameli não aceitou as duas primeiras derrotas na seara política no início do ano, no Sebrae e na Fieac. Nas articulações do governador, essas disputas continuam. E há desfecho no horizonte.
RECUO
O desenho que está sendo esboçado é o seguinte: Adriano recua da presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae para que o empresário João Salomão (candidato derrotado à presidência da Fieac, apoiado por Cameli) assuma. Dessa forma, entende-se que se cria um ambiente de reconstrução das bases dos sindicatos patronais completamente esfaceladas no processo eleitoral da Federação das Indústrias do Acre.
FERIDAS
Aliás, o processo eleitoral da Fieac deixou feridas difíceis de sarar. Não vão estancar o sangue tão cedo. O caldo tende a engrossar para alguns empresários. Coisa grave em setores sensíveis da indústria local. A conferir.
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