Um filme recheado de ação, ficção científica e, principalmente, de muitas coisas que você não vai entender, mas mesmo assim ficamos grudados na TV aguardando com curiosidade o final.
Tenet foi lançado no ano de 2020 e foi dirigido pelo aclamado Christopher Nolan, responsável pelos icônicos filmes: Dunkirk; Liga da Justiça; Interestelar e muitos outros. O filme, que tem a duração de duas horas e trinta minutos, conta a história de um agente da CIA que curiosamente não tem o seu nome revelado em nenhum momento da trama, ficando apenas conhecido como O Protagonista (John David Washington) o qual, ao passar por um teste, é recrutado para fazer parte de uma organização misteriosa chamada Tenet, cuja missão é impedir o que pode se tornar um desastre global. A ficção começa quando o protagonista descobre que o inimigo está em posse de uma arma que faz o tempo correr ao contrário.
Só por essa brevíssima sinopse já conseguimos perceber que um roteiro complexo começa a se formar e a mente criativa do diretor começa a fluir dentro da narrativa. Apesar disso, no início do filme, um dos personagens secundários diz a seguinte frase “Não tente compreender, sinta”, um recado direto de Christopher para os telespectadores.
Realmente, amamos assistir obras que possuem um roteiro “mastigado”, em que terminamos e conseguimos compreender todas as causa e efeitos, mas Tenet te faz querer mais. É claro que o filme pode muito bem ser assistido e ao final você se contentar com as coisas que aconteceram, mas a graça dele está em descobrir como as coisas estão interligadas, atiçando a sua curiosidade e o fazendo questionar até sobre questões relacionadas ao nosso cotidiano.
O filme também possui um elenco de tirar o chapéu! Com a atuação magnífica de John Washington, podemos sentir como seria a saga de filmes do famoso espião 007 se o icônico James Bonde fosse negro, trazendo toda sua representatividade e elegância. Em determinados momentos do filme, percebemos os toques de humor e paixão que o personagem Protagonista carrega em sua persona.
Também precisamos destacar a atuação de Neil, interpretado pelo mais novo Batman, Robert Pattinson, que mais uma vez surpreende todos aqueles que diziam que o mesmo só sabia interpretar o papel de vampiro melancólico, trazendo em seu personagem um carisma que faz todos o amarem, além de uma atuação muito orgânica e natural.
Outra coisa que chama bastante atenção na produção é o cenário e a fotografia. Todas as cenas e seus fundos faziam esse colunista se perguntar, será que tudo isso é real? E a resposta, meu caro leitor é: Sim! A maioria das cenas aconteceram de verdade, com o mínimo de computação gráfica envolvida. Uma das cenas que posso contar sem dar muito spoiler envolve uma colisão de avião, e a sagacidade do diretor o levou a produzir uma cena muito realista com direito a um verdadeiro Boeing 747. A fotografia, além de ser bela, também ajuda bastante na compressão do que está acontecendo, como por exemplo uma cena em que o personagem de John e de Robert estão transitando entre o tempo invertido e podemos perceber uma paleta de cores com alguns traços de cores mais frias como o azul, já quando eles estão apenas seguindo o fluxo temporal, a paleta fica mais avermelhada.
O filme pode ser alugado pelo YouTube ou pela plataforma Play Filmes. Para aqueles que buscam desafiar a própria mente, recomendo assistir esse belíssimo quebra-cabeça e tirar as suas próprias conclusões. E, para você que leu até aqui, uma última curiosidade. A palavra “Tenet” é um palíndromo, ou seja, de trás para frente continua sendo a mesma.
Para finalizar “O que aconteceu, aconteceu… é uma expressão de fé na mecânica do mundo e não uma desculpa para não fazer nada” – Tenet.
Samuel Cruz é estudante de jornalismo e faz estágio no site Agazeta.net.