Falta de saneamento básico contribui para agravamento da covid-19
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que mais de 690 mil acreanos têm dificuldade em obter acesso à água, ou seja, 80,7% da população.
Em contrapartida, apenas 19,3% recebem diariamente ou possuem estrutura de armazenamento para água. A pesquisa foi divulgada no final de junho deste ano e utiliza como base dados colhidos no ano de 2019.
“Essa pesquisa foi concebida para saber como a população brasileira estava antes da pandemia, para ver se os domicílios tinham a infraestrutura necessária ou adequada para o enfrentamento da covid-19”, explica o coordenador da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, Gilvan Ferreira.
O principal objetivo do estudo era entender as condições de vida da população brasileira com foco no abastecimento de água; na quantidade de pessoas por domicílio; na existência de banheiros e o rendimento domiciliar no cenário pré-pandemia.
Em 2019, cerca de 10% da população brasileira vivia em residências com seis ou mais pessoas. No Acre, a porcentagem era de 18,9% acreanos nesta condição. “Pelo quantitativo de pessoas que estão morando nos domicílios, se porventura alguma pessoa daquela residência contrair a covid-19 queríamos saber se ela vai conseguir realizar o isolamento de qualidade”, complementa Gilvan.
O IBGE também divulgou outro dado preocupante, 22% da população acreana não possuía banheiro em casa para realizar a higiene pessoal em 2019, colocando o Acre em primeiro lugar no ranking dessa estatística.
Segundo avaliação do instituto, esses indicadores contribuíram para o agravamento da pandemia da covid-19 no Acre, afinal, a higiene pessoal é uma das medidas de proteção mais eficazes, mas sem água tratada, sem banheiro e sem noção do descarte correto do lixo e esgoto é quase impossível evitar qualquer doença.