Caso está sendo investigado pela CPI da covid-19 no Congresso Nacional
A ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), tentou aplicar um golpe nas prefeituras do Acre. A proposta era vender 100 mil doses da vacina da Janssen para os municípios acreanos, que pagariam o valor total de R$ 1 milhão e 100 mil reais.
As conversas começaram em fevereiro com um intermediador identificado por Renato Gabbi. Para convencer a direção da Associação dos Municípios do Acre (Amac), de que tinha vacinas para vender, os golpistas enviaram uma carta de representação da RBH Medical, onde informava ser a distribuidora oficial e exclusiva da Johnson e Johnson no Brasil. Em outra mensagem o CEO da Medical garantia a entrega de 300 mil vacinas por mês contra a covid-19.
Com os prefeitos em busca de comprar vacinas, a Amac em 26 de março enviou uma carta de intenção, relatando estar interessado na compra das vacinas Janssen. Em uma das trocas de mensagens, Renato afirmou não ter mais imunizantes da Johnson e Johnson, mas que conseguiria vacinas da AstraZeneca, o que fez a Amac desconfiar e impedir prefeitos de repassar dinheiro.
Segundo o diretor da Amac, Marcos Frederick, os prefeitos só pagariam pelo imunizante quando fosse comprovada que as doses estavam com a empresa, além disso, todas as vacinas já tinham sido negociadas com o Governo Federal, então não haveria como estados e municípios comprarem paralelamente as vacinas.
“A Amac sempre orienta isso aos prefeitos, que eles não façam nenhum adiantamento e aí nós entramos com esse procedimento de poder avaliar essas situações para não gerar essas ideias dúbias”, explica o diretor Marcos.
Todo o caso veio à tona após o depoimento do reverendo Amilton Gomes a CPI da covid-19 no congresso nacional, ele é presidente e fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários e por isso está sendo investigado por tentar intermediar a venda de vacinas para estados e municípios, imunizantes que eles não tinham.
Amilton Gomes tentou negar à CPI que buscou negociar vacinas com os municípios, mas e-mails enviados para a Amac comprovaram a farsa. Com os documentos sendo expostos, o reverendo mudou o discurso e até pediu desculpas à CPI.
Com informações do repórter Adailson Oliveira (Foto: TV Gazeta)