Pesquisador afirma que baixo volume representa possível morte do rio
O rio Acre amanheceu nesta sexta-feira (20) com um volume de 1,42 metros, o menor índice registrado no mês de agosto. O baixo nível das águas preocupa pesquisadores como Claudemir Mesquita, que chegou a afirmar que “o rio Acre está morrendo”.
Em 2016 a Defesa Civil chegou a registrar um volume de 1,30 metros no rio, o menor até então, que além de abastecer a capital e outros municípios do Acre, também leva água para outros estados. Entretanto, esse baixo nível foi registrado no período de maior estiagem, a segunda quinzena do mês de setembro.
Na Sessão da Câmara de Vereadores de Rio Branco desta quinta-feira (19), o pesquisador Claudemir Mesquita foi convidado para falar aos parlamentares sobre os riscos que os municípios que são abastecidos pelo rio Acre correm com a diminuição constante dos níveis das águas.
“O rio Acre está morrendo, e não é de hoje. O uso da terra de maneira aleatória leva o homem a destruir as nascentes, e quem mantém o rio Acre são as nascentes dos rios”, explica o pesquisador.
Mesquita enfatizou que a capital acreana está 30 anos atrasada, segundo ele, esse seria o período em que deveria ser feita a recuperação do rio Acre. Claudemir ainda falou que nenhuma ação pode ser realizada para recuperar o rio de imediato.
“Essa informação é relevante para que os vereadores, presidente e a sociedade tomem consciência do tamanho do buraco que existe no Rio Acre, em todas as áreas, para a gente manter a cidade bebendo água”, afirmou.
Além do rio Acre, também é preciso recuperar os afluentes e os igarapés que existiam nas cidades e hoje viraram esgoto a céu aberto. Para os vereadores, Claudemir adiantou que em um futuro bem próximo o rio não poderá abastecer o suficiente a cidade de Rio Branco.
“O Poder Público precisa fazer alguma coisa, tanto Prefeitura como Governo do Estado, para que a gente não tenha um blackout total no nosso município quando esse rio, de repente, parar de dar água suficiente para que abasteça então nossas casas”, reitera o presidente da Câmara dos Vereadores, N. Lima, do Progressistas.
A Câmara de Rio Branco há dez anos preparou um relatório mostrando os pontos críticos do rio. Pesquisadores do Acre, Amazonas, Peru e Bolívia, organizaram quatro encontros e mostraram quais as melhores políticas para se recuperar o manancial, mas o documento apenas enfeitou prateleiras e mesas.
Com informações do repórter Adailson Oliveira (Foto: TV Gazeta)