Segundo historiador, sem lugares de importância histórica não há turismo que sustente
O museu “a céu aberto” de Plácido Castro, localizado as margens do Rio Acre, se encontra atualmente esquecido. O que era para ser um local de interesse histórico se tornou um local sem cuidados e de construções destruídas. Em 2001 os restos mortais de Plácido de Castro foram enviados para o Rio Grande do Sul, seu estado natal.
No dia 9 de agosto de 1908, o Governo do Acre em comemoração ao centenário de sua morte, reconstruiu em 2008 a cena do dia do crime, com esculturas de fibra de vidro, localizadas às margens do Igarapé de Estação, na região do Amapá. Hoje elas estão em pé porque foram amarradas em pedaços de madeira. A única que está inteira é a de Plácido em cima do cavalo, um dos cães da escultura foi parar em cima de uma árvore.
“Na verdade, todos os pontos de interesse histórico e também espaços de memória e de visitação pública, ou estão completamente fechados e abandonados, ou literalmente destruídos”, afirmou o historiador Marcos Vinícius.
O Governo também decidiu reconstruir o cemitério onde ele foi enterrado. Mas, nem de longe se parece com uma área de importância histórica e cultural, no local, também foram enterrados membros da família Rola, que lutaram na Revolução Acreana, mas até suas lápides se deterioram.
A proposta governamental era construir uma trilha histórica, o qual as pessoas sairiam do local onde o líder da Revolução Acreana sofreu a emboscada, até chegar onde o seu corpo foi enterrado. Sem manutenção a trilha desapareceu, e o cemitério onde ele foi enterrado está praticamente irreconhecível.
“É triste ver a aquilo tudo destruído porque foi ali que foram enterrados os restos mortais de Plácido de Castro, e inclusive de dois tios meus, sendo que um deles era amigo íntimo do Plácido de Castro”, conta Begna Braga Rola, neta da mulher que cuidou das feridas do herói acreano.
No seringal Benfica, o mausoléu ainda resiste ao tempo, e tenta recordar um pouco da história. “Foi muito investimento público e é importante lembrar que isso é dinheiro do povo acreano, que foi dedicado a retornar ao próprio povo acreano através desses espaços de visitação, e o lugar da emboscada é um grande exemplo disso. Foi feito investimento e organização para que as pessoas pudessem visitar e conhecer mais da história. Sem esses lugares não há turismo que se sustente”, destaca Marcos Vinícius.
Informações de Adailson Oliveira