Grupo criminoso contava com a participação de empresários de Rio Branco
A Polícia Federal no Acre deflagrou, nesta quinta-feira (7), a ‘‘Operação Tayassu’’, que investiga organização criminosa estruturada para invadir, adquirir, desmatar e comercializar ilicitamente terras de domínio público federal localizadas na região sul do estado do Amazonas.
Segundo as apurações, o grupo criminoso contava com a participação de empresários de Rio Branco, além de servidor público do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que atuava no sentido de “esquentar” a documentação das áreas.
Além disso, foi identificada a participação de um ex-parlamentar do Estado do Acre que teria adquirido parte das áreas griladas e utilizado para criação de gado. A investigação apurou que o grupo criminoso desmatou aproximadamente 1.600 hectares de terras da União, o que equivale a aproximadamente 16 milhões de metros quadrados.
A Justiça Federal do Amazonas autorizou o bloqueio/sequestro de bens e valores da Organização Criminosa até o valor de R$ 28 milhões. Trata-se do custo estimado pelo laudo pericial da Polícia Federal como o valor do dano ambiental causado.
Mais de 100 policiais federais cumprem, nesta quinta-feira, com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), diversas medidas judiciais, como prisões preventivas, e quatorze mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Senador Guiomard e Acrelândia, no estado do Acre, e em Boca do Acre, Lábrea e Pauini, no Amazonas.
O nome da operação faz referência ao principal núcleo do consórcio criminoso, que é composto por indivíduos que são conhecidos popularmente na região Sul do estado do Amazonas como “queixadas”. A alcunha lhes foi atribuída em função de sempre andarem em bando e também pela agressividade dos mesmos em suas empreitadas de desmate. Dessa maneira, a nomenclatura “Tayassu” é uma alusão direta ao nome científico do mamífero conhecido popularmente como “queixada”.