O “Ciclo da Resposta Sexual”, como o próprio nome já diz, é o nome que se dá ao esquema de como nossa resposta sexual acontece, explicando cada uma das fases dentro dela.
Dentre as propostas discutidas, nós vamos pontuar duas delas de forma bem simples: O modelo linear e o modelo circular. O linear, mais antigo, propõe que uma fase acontece após a outra da seguinte forma:
1. DESEJO: Primeiro viria o desejo. Fantasiar, querer fazer sexo, ter pensamentos e lembranças sobre.
2. EXCITAÇÃO: Se dá quando há manutenção no desejo. Estímulos acontecem e são mantidos. No caso dos homens há ereção e no caso das mulheres a lubrificação vaginal e o endurecimento dos seios.
3. ORGASMO: O orgasmo acontece quando os estímulos da excitação se mantêm por tempo e intensidade suficiente. É quando rola o ápice sexual, contrações musculares e sensação de prazer.
4. RESOLUÇÃO: Por fim temos a fase de resolução, que é a sensação de prazer e bem estar que vem após o orgasmo. O período refratário é o tempo em que o indivíduo necessita até a próxima relação, sendo normalmente mais rápido para as mulheres.
Em 2000 uma cientista chamada Rosemary Basson revolucionou esse conceito trazendo um modelo circular, afirmando que o desejo não precisa anteceder as outras fases, mas que na verdade elas podem se misturar. A cientista propõe que num estado de neutralidade, onde não há desejo, uma pessoa que estiver em conforto emocional e sexual pode ser estimulada e levada ao sexo.
O modelo de Basson reforça o que se ouve em consultórios, principalmente em casais mais antigos. É necessário que haja estímulos prévios para que a relação aconteça, a vontade nem sempre é espontânea. Claro que o desejo acontece eventualmente, mas junto dos estímulos e não anteriormente como apresentado no primeiro modelo.
É importante entendermos esse conceito porque dentro do consultório é muito comum ouvirmos queixas como: “Não sinto mais a mesma vontade de transar que sentia no começo do relacionamento.” “Será que tem algo de errado comigo?”, “Isso quer dizer que não amo mais meu namorado/minha namorada?”, “Será que a chama acabou?”, e esses questionamentos geram muito estresse e ansiedade.
Existem casos em que a falta de desejo pode indicar uma disfunção sexual, mas não necessariamente. Existem alguns relacionamentos em que o desejo sexual se mantém alto como no começo, mas são uma minoria.
Com isso, podemos falar sobre o “desejo sexual responsivo” e o “desejo sexual espontâneo”. Você já ouviu falar nesses termos?
O desejo espontâneo, como o nome já diz, é aquele desejo que a gente sente principalmente nos dois primeiros anos do relacionamento, que é mais ou menos o tempo que dura a paixão. Sabe aquela vontade de transar só de olhar pro outro sem que ele tenha feito nada? Pois é, é o desejo sexual espontâneo.
Já o desejo sexual responsivo é o que depende de estímulos. Normalmente a mulher, na maioria dos casos, fica num estado de neutralidade sexual. Só depois de um beijo, de um banho juntos ou de um toque o desejo aparece. Isso costuma acontecer com casais mais antigos, o que é completamente normal.
Então, caso você esteja passando por uma situação semelhante, saiba que está tudo bem com você!