No estado, a representante desse movimento é a Dra. Michelle Melo, do PDT
O Vamos Juntas foi criado em 2019, pela deputada Tábata Amaral, para incentivar mulheres que já ocupam posições de lideranças em suas comunidades a se candidatarem a um cargo eletivo. O instituto tem como objetivo ampliar vozes de mulheres que historicamente foram afastadas das estruturas de poder. No Acre, a representante desse movimento é a Dra. Michelle Melo, do PDT.
Segundo o site do instituto, apesar de serem 52% da população brasileira, as mulheres ocupam apenas 15% dos cargos no Congresso Nacional, deixando o país na 142º posição do ranking mundial de participação feminina nos parlamentos. Elas também são minoria nos cargos de liderança, presidindo apenas 7 das 27 comissões parlamentares da Câmara em 2021, além do fato de que as casas legislativas do Congresso nunca foram presididas por mulheres.
Mesmo sendo quase metade dos filiados a partidos políticos, as mulheres ocupam apenas 21% das lideranças partidárias. Além disso, as mulheres que conseguem se eleger, encontram muitas barreiras, como a violência política de gênero, como demonstra levantamento do Instituto Alziras, que apontou que 53% das prefeitas eleitas em 2016 já sofreram algum tipo de assédio.
Mais mulheres na política são benéficas para a sociedade como um todo, de acordo com o McKinsey Global Institute. Trabalhar a equidade de gênero influencia positivamente a economia latino-americana, podendo gerar aumento de 34% no PIB da região até 2025.
Em visita ao Acre, Larissa Alfino, diretora de projetos do Instituto Vamos Juntas, busca no estado lideranças femininas para se candidatar em 2022. “Aqui no Acre nós temos uma liderança do conjunto que é a Dra. Michelle Melo, que vem fazendo um trabalho fantástico aqui na capital. Ela que se elegeu com mais de 3.500 votos, então nós viemos fazer uma visita para ela, mas também porque o Acre tem números de mulheres na política um pouco preocupantes. Na câmara dos vereadores, por exemplo, nós temos 2 mulheres de 17 vereadores”.
“Quando a gente olha a trajetória da cidade, nós temos uma prefeita que, na verdade, era vice. Então, eu venho porque eu acho que com certeza a gente tem um trabalho a ser feito aqui, até porque as mulheres no Acre são 50% da população. Então, acho que é uma oportunidade da gente aproximar o diálogo com essas mulheres e também trazer o projeto como uma alternativa para a capacitação de liderança e para que elas se sintam fortalecidas”, acrescenta Larissa.
O Acre faz parte de um roteiro de visitas pelo Brasil. A diretora de projetos já esteve no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília, Anápolis, e agora em Rio Branco, depois vai para Belém e talvez uma parte do nordeste ano que vem. As visitas estão sendo um pouco rápidas, fazendo uma passagem urbana em um primeiro momento, mas Larissa afirma que ”se houver oportunidade, houver demanda, a gente pode sim voltar e falar com mulheres rurais e o que for necessário para angariar mais liderança para 2022”.
Larissa Alfino, conclui reafirmando a história do Instituto Vamos Juntas e destacando uma presença acreana na formação do projeto, “O Vamos Juntas, ele é um projeto que nasceu em 2019 pela deputada Tábata Amaral, foi crescendo muito, tomando uma proporção incrível e hoje nós temos uma rede com muitas mulheres, inclusive a deputada Perpétua Almeida do PCdoB aqui do Acre, foi uma das nossas mentoras. Então ele nasceu dessa rede de mulheres, uma rede muito grande de impulsionamento feminino”.