Frio surpreendeu indígenas e coordenação não responde
A coordenação indígena que participa da SBPC reclama de discriminação e falta de atenção no acolhimento das etnias dentro da Universidade Federal do Acre (Ufac). Fora as dificuldades estruturais, os cerca de 300 índios alojados na Ufac sofrem hoje com o frio e pedem doações de agasalhos.
A mostra da cultura e lutas dos povos indígenas é um dos eventos promovidos durante a 66ª reunião anual da SBPC, promovida na Ufac. O evento este ano traz o tema “Amazônia sem fronteiras”, mas, segundo a coordenação da SBPC indígena, a própria organização da reunião ainda não rompeu com a fronteira do preconceito.
Os representantes das 16 etnias que participam das atividades alegam que não houve atenção ao acolhimento das mais de 300 pessoas instaladas no Centro de Antropologia Indígena da Universidade.
Mulheres, idosos e crianças ocupam alojamentos apertados e com pouca estrutura. O acesso ao local onde se concentram as atividades dos povos tradicionais não é sinalizada para o público.
Para uma das coordenadoras da SBPC Indígena Letícia Yawaná faltou atenção aos povos símbolo da Amazônia. “Parece que o próprio evento demonstra preconceito e desvaloriza a ciência dos povos indígenas”, reclama.
Fora o problema estrutural que decepcionou os indígenas que participam até domingo da SBPC, a mudança no tempo acabou trazendo outros transtornos. Todos foram pegos de surpresa pelo frio e sofrem com a falta de agasalhos.
Como nas aldeias, os índios acenderam fogueiras, único jeito para se aquecer. A baixa temperatura é ainda mais difícil para os pequenos índios, acostumados com o forte calor amazônico.
A coordenação da SBPC Indígena pede doações de agasalhos e cobertores. Os donativos podem ser entregues no alojamento, localizado na primeira entrada depois da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac).
O assessor de imprensa da Ufac, Aquinei Timóteo foi contatado para se pronunciar sobre a reclamação dos representantes indígenas, mas, até o momento, nao retornou ligaçao.