Será sua primeira exibição, e ocorrerá no dia 29 de janeiro até 6 de fevereiro
O filme Noites Alienígenas, é uma obra que foi produzida no Acre no ano de 2019, que aborda a questão das drogas, aumento da violência, e outros assunto que impactam toda a sociedade. O filme acreano foi selecionado para ter sua primeira exibição no Festival de Cinema de Gotemburgo, na Suécia, no dia 29 de janeiro e segue até o dia 6 de fevereiro.

A obra tem como os personagens principais a acreana Gleici Damasceno, que interpreta Sandra, uma jovem negra e empoderada, tem na cultura Hip Hop, um refúgio e espaço de resistência. Outro acreano que faz parte desse elenco, é o ator Gabriel Knoxx, que interpreta Rivelino, um jovem rapper e grafiteiro, que deixa sua arte em forma de nave espacial pelos muros da cidade.
Quem está na direção é o cineasta Sérgio de Carvalho, de 41 anos, que atua na área há mais de 20 anos. “O filme é inspirado no meu livro “Noites Alienígenas “, os personagens são jovens da periferia. Queria muito tratar este universo, repetir sobre a questão da dependência química , da perca de identidade amazônica, do avanço das facções e como isso impacta toda uma geração e, também, falar sobre resistência e a força da juventude”, explica o diretor.

Além disso, após saber que a obra foi escolhida para ser exibida em um festiva na Europa, a sensação foi de realização. “Sensação de reconhecimento e gratidão por toda equipe, parceiros e elenco que ajudaram a realizar Noites Alienígenas”, concluiu Sérgio.
Sinopse
Rio Branco, Acre, cidade amazônica nas proximidades da fronteira com Peru e Bolívia, vem sofrendo os impactos violentos das recentes mudanças das rotas de tráfico, que chegaram com violência na Amazônia brasileira. Neste cenário, as vidas de três jovens amigos de infância se entrelaçam e, por fim, encontram-se na tragédia comum.
Filho de Beatriz, uma mulher de alma livre, Rivelino, jovem rapper e grafiteiro, deixa sua arte em forma de nave espacial pelos muros da cidade. Trabalha de aviãozinho para um traficante das antigas, Alê, que filosofa sobre vidas em outros mundos e não se rende ao modelo do crime organizado que, a cada dia, ganha mais espaço, de forma violenta, nas periferias de Rio Branco.
Enquanto Paulo, jovem indígena, dependente químico, é assombrado pela ancestralidade de seu povo e, também, enfrenta seu vício em pasta base de cocaína. Filho de Marta, indígena evangélica, que frente ao vício do filho, acaba por buscar suas raízes.
Sandra, jovem negra e empoderada, mãe do filho de Paulo, tem na cultura Hip Hop, um refúgio e espaço de resistência.
O destino destes três jovens da periferia se encontra de maneira trágica e redentora. Neste sentido, o filme trata de uma Amazônia urbana, ainda pouco mostrada e conhecida, que na negação de sua identidade de floresta, acaba por revelar dramas identitários profundos em toda uma geração. Com toques de realismo mágico, Noites Alienígenas trata sobre resistência, ancestralidade e juventude, em um Brasil cada dia mais bélico e autoritário, que nega suas raízes formadoras: negra e indígena.