“Judas e o Messias Negro” é um filme de drama biográfico dirigido e roteirizado por Shaka King e Will Berson, lançado em 25 de fevereiro de 2021. Narra a história de ascensão e queda de Fred Hampton, um líder político (Daniel Kaluuya) e William O’Neal (Lakeith Stanfield), um ladrão de carros, coagido pelo serviço federal dos Estados Unidos, o FBI, a se infiltrar no Partido dos Panteras Negras, que lutava contra a violência policial em defesa dos negros.
O objetivo de O’Neal era contribuir na investigação contra Hampton, vice-presidente do partido Panteras Negras em 1960, dono de uma poderosa oratória e um militante pelo progresso do povo negro desde os dez anos, quando organizava cafés da manhã para crianças.

Em 1956, o FBI criou o Programa de Contrainteligência, que tinha a missão de desacreditar e enfraquecer movimentos políticos de grupos desfavorecidos, sendo os Panteras Negras alvo por anos, até culminar em seu fim em 1982, passando no filme apenas o começo de toda essa perseguição.
Edgar Hoover, primeiro diretor do FBI, aparece em cenas com movimentos de câmera que o engrandecem, mostrando como ele pode ser o grande vilão ao declarar que os Panteras Negras não podem surgir com um messias como Fred Hampton, por serem de uma grande ameaça nacional.
Embora os personagens O’Neal e Fred façam o paralelo entre Judas e o Messias, estando presentes fisicamente nas mesmas cenas, não se percebe uma construção de proximidade entre os dois, o que traria um peso maior para a traição. Porém, o roteiro entrega uma traição maior de O’Neal, contra o seu próprio povo e contra ele mesmo. Vivendo na angústia de ser descoberto e nas mãos do agente que o recrutou faz dele também uma vítima do sistema, como um jovem negro marginalizado. O filme está disponível no streaming HBO Max e conta com grandes atuações, que representam bem a história e a importância da responsabilização, a fim de evitar a repetição da crueldade.
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