“O Poderoso Chefão” é um filme de máfia norte-americano dirigido por Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo, escrito por Mario Puzo, lançado em 14 de março de 1972, completando 50 anos nesta semana. Por isso achei válido contar dos efeitos desse grande filme no cinema e nos telespectadores, que permanece interessante até hoje.
O longa é estrelado por Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton e muitos outros grandes nomes. O enredo se baseia na história da família mafiosa Corleone, uma família de imigrantes italianos que luta para estabelecer sua supremacia nos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial. Ao decorrer do filme, acontece uma tentativa de assassinato que deixa o chefão, Vito Corleone (Marlon Brando), incapacitado, forçando os filhos a assumir os negócios.
“O Poderoso Chefão” foi indicado a dez Oscars e venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado (Francis Ford Coppola e Mario Puzo) e Melhor Ator (Marlon Brando). Além dos prêmios, foi consagrado pelo American Film Institute, como melhor filme de gângster de todos os tempos e o segundo melhor filme da história na Lista dos melhores filmes estadunidenses, sendo um dos mais inspiradores para a indústria cinematográfica.
Algo que fez o poderoso longa se destacar, foi a maneira como ele representou a experiência de imigrantes de forma tão crua, sem os estereótipos que acompanham os ítalo-americanos no cinema, graças ao roteiro adaptado do livro de um ítalo-americano, o jornalista Mario Puzo, e o diretor Francis Ford Coppola, que também é um ítalo-americano, e cresceram em famílias que apesar de viverem nos Estados Unidos, tentaram preservar sua cultura de origem.
O olhar dessa dupla trouxe a quebra do sonho americano, fazendo uma crítica aos Estados Unidos, ao mostrar imigrantes que chegaram aos Estados Unidos em busca da prosperidade, onde teriam oportunidades, não importando sua origem. No entanto, observamos isso ser quebrado com o filho mais novo do Don Corleone (Marlon Brando), que mesmo tendo educação completa não teve o caminho diferente do pai, apesar de o pai não querer a vida de crime para o filho. Isso parece ser algo impossível, tanto que o caçula se transforma no novo chefe, revelando um retrato do quanto os imigrantes são marginalizados nos Estados Unidos e a criminalidade parece ser a única solução para sobreviver.

O longa nos mostra como a máfia não está só nas ruas, mas também nos poderes públicos, como parte integrante da política americana, que desmitifica o sonho americano. Por isso quem assiste fica encantado com o anti-heroísmo presente na história. Os personagens não são unidimensionais, são perigosos, mas são doces, são empáticos, apesar de manipuladores. O filme traz uma riqueza de elementos para um enredo complexo. Abaixo leia um trecho do livro “O Poderoso Chefão” de Mario Puzo:
A guerra de 1947 entre a Família Corleone e as Cinco Famílias aliadas contra ele provou ser muito cara para ambos os lados. Tornou-se ainda
mais complicada por causa da pressão que a policia passou a exercer para
resolver o assassinato do capitão McCluskey. Era raro que os funcionários
do Departamento de Polícia ignorassem a força política que protegia as
atividades do jogo e do vício, mas, nesse caso, os políticos eram tão inúteis
quanto o estado-maior de um exército amotinado e saqueado cujos oficiais
combatentes se recusassem a cumprir as ordens.
O resultado dessa carga dramática e dose generosa de ação e suspense, é uma trilogia premiadíssima, deixando um legado para história do cinema com as sequências “O Poderoso Chefão Parte II” (1974) e “O Poderoso Chefão Parte III” (1990).
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