Para conseguir um atendimento, é preciso chegar pela madrugada e aguardar em frente à agência
Nesta semana os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (Inss) estão em greve, como reivindicação querem um reajuste de 20%, mas o governo só ofereceu 5%. Neste período o atendimento está reduzido e estão sendo distribuídas apenas 20 senhas por dia. Para conseguir um atendimento, é preciso chegar pela madrugada e aguardar em frente à agência.
O Cícero de Souza que mora no município de Capixaba, há 81 km de Rio Branco, pela segunda vez foi da sua casa até a sede do Inss na capital, em busca de atendimento, e novamente ele não conseguiu resolver o problema do seu benefício que está bloqueado há dois meses e não sabe o motivo. “É muita gente que está vindo de lá pra cá, e aí cortaram meu salário e como é que eu vou pagar, né?”, disse Cicero preocupado com a passagem.
Situação semelhante é a de um agricultor, que mora entre os municípios de Manoel Urbano e Feijó. Fez a viagem até Rio Branco para saber o motivo do seu benefício bloqueado, mas vai voltar pra casa sem respostas. “Foi muito difícil conseguir a passagem e estou com dois meses sem receber. Estou com a minha filha na colônia meio doente e sem poder fazer nada. Nunca resolvem a nossa situação e eu queria saber porquê que foi bloqueado”, nos contou Rosenildo Franco, agricultor aposentado.
O comando de greve do Instituto Nacional do Seguro Social (Inss) do Acre, nos contou sobre a situação e o motivo da greve.
“O Atendimento do Inss já está completamente prejudicado. A gente conta aí com uma fila de quase três milhões de processos aguardando solução. E essa fila não é por conta da paralisação recente. Nos últimos anos, o servidor do Inss foi empurrado para um atendimento virtual, para qual ele não estava preparado e com um sistema de atendimento altamente ruim por conta do baixo efetivo de trabalhador, a agência do Inss do bairro do Bosque já foi até desativada. Nós temos hoje, um déficit de cerca de 60% de pessoal. Então, é um índice alarmante, os funcionários públicos do Inss estão sobrecarregados, estão adoecendo”, explicou José Margarido, do comando da greve.
Com informações de Jardel Angelim