Em menos de três meses, foram cinco casos confirmados em uma clínica veterinária da capital acreana
Danison Oliveira adotou a pitbull Maria há cerca de dois anos, ela já fazia parte da família. Mas no mês de janeiro, começou a apresentar alguns sintomas estranhos. Mediante a isso, Danison logo procurou um médico veterinário. Após a ajuda do profissional, ele descobriu que Maria estava com leptospirose canina e em menos de uma semana, Maria não resistiu à doença.
“Ela começou a ficar quieta e começou a fazer xixi muito forte e escuro, as fezes também, mediante aos sintomas eu trouxe ela pra clínica, e fizeram o exame de sangue nela, mas antes do exame chegar, ela faleceu.”, explica Oliveira.
A leptospirose canina é causada pela bactéria leptospira, que é bastante associada aos ratos. Além disso, é uma zoonose, ou seja, pode também infectar os humanos, ela ataca os órgãos importantes, como os rins e o fígado. A médica veterinária Caroline Jardim foi surpreendida pela quantidade de exames positivos registrados na clínica onde ela trabalha, pois em menos de três meses, foram cinco casos confirmados.
“A minha preocupação é alertar o ser humano que o animal, como o cachorro e o gato também, porém, o cachorro com mais chances [ a respeito da transmissão dessa doença]. O cachorro pega leptospirose e transmite para o ser humano, essa é a nossa preocupação”, afirma a médica veterinária.
Os sintomas podem variar conforme a idade e a imunidade do pet, mas os principais são: vômitos; diarreia; perda de apetite; febre; urina escura; úlceras bucais; cor amarelada nas mucosas dos olhos e na boca, e uma debilitação geral do animal.
Cães e gatos, assim como os humanos, são contaminados por meio da urina dos ratos. Mas mesmo apresentando os sintomas, a doença só pode ser confirmada com a realização de exames laboratoriais.
“Primeiro a gente vai fazer um exame de sangue, um hemograma, e de acordo com os resultados e de acordo com os sinais clínicos do animal, nós solicitamos uma soroaglutinação de leptospirose. Esse exame vai para um laboratório de Minais Gerais, e demora cerca de cinco a 7 dias úteis para sair o resultado”, salienta a bioquímica, Mayara Verene.
A leptospirose canina tem cura, mas é preciso que a doença seja identificada na fase inicial, pois não existe remédio caseiro para tratar a bactéria, que após contaminar o pet, começa a apresentar, em até sete dias, os primeiros sintomas. Além de colocar em risco a vida do animal, a leptospira pode ser transmitida para o tutor, caso ele tenha contato com a urina do cachorro ou do gato contaminado.
“O animal ou cachorro muitas vezes tem contato com a urina do rato ou através de uma coxa de água ou através do próprio rato mesmo que ele mata, aí ele se contamina com a bactéria, a leptospira, e pode fazer com que ele adoeça, pois o tutor pensa que ele tem uma doença do carrapato, porque os sintomas são muito parecidos, e por não trazer ao veterinário, não confirma com o exame, e ainda o tutor pode pegar a doença”, conclui Caroline Jardim.
Com informações de Débora Ribeiro para TV Gazeta