Principal sinal de alerta em desmatamento é em Feijó, pois possui a maior área de extensão territorial
Foto: Cristian Braga
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontou, que no Acre houve um aumento do desmatamento em 36%, quando se compara os números a partir do mês de junho do ano passado. Em todo o estado são 117km², enquanto no ano passado foram 85km².
O principal sinal de alerta em desmatamento é no município de Feijó, pois possui a maior área de extensão territorial. No estudo é mostrado a destruição de 37km² de floresta, o que representa 30% de todo desmatamento no Acre. Outra região de grande perigo é a reserva Chico Mendes – destruição chegou a 5 km² no mês passado.
O professor Evandro Ferreira da Universidade Federal do Acre (Ufac) disse, que a falta de fiscalização é o maior fator que faz os índices de desmatamento aumentaram no Acre e em toda Amazônia.
“Como você justifica que tem um aumento de desmatamento tão grande? Então, a explicação que a gente pode ver é que sem uma fiscalização e controle eficiente, pois quem desmatou o meio hectare o ano passado e não recebeu a visita dos órgãos de fiscalização pra ser notificado, este ano ele resolveu aumentar o seu desmatamento na esperança que isso não aconteça”, explica Ferreira.
O professor cita como exemplo a reserva Chico Mendes – os satélites mostram que nas colocações em que cada produtor pode ter apenas 5 hectares de pasto, existem área com 24 hectares. Como não tem fiscalização nas áreas de conservação, os produtores e extrativistas derrubam a floresta sem nenhuma preocupação.
Na área do município de Sena Madureira, Tarauacá e até Feijó, existem várias invasões a terras públicas, imagens da Polícia Federal, mostram campos abertos em áreas que deveriam ser protegidas. Segundo o professor Evandro, a fiscalização da Amazônia deve fazer parte da politica de Governo para que dê certo.
Entre 2004 e 2012 houve uma queda no desmatamento da Amazônia em 83%, com a mudança de foco do Governo Federal de 2013 até o ano passado, os índices de desmatamento cresceram 123%.
“Não adianta fazer uma operação em agosto de setembro pra combater queimada, porque não vai jogar água nas queimada, vai só notificar as pessoas. Mas aí o desmatamento já foi feito. Então qual é a vantagem de fazer isso? Estão enxugando gelo. Eu acho que na verdade existe uma falta de priorização pra fiscalização e controle”, finaliza o professor.
Com informações de Adailson Oliveira para Tv Gazeta