Os hospitais e postos de saúde do Acre estão lotados, principalmente por crianças e idosos com problemas respiratórios. O fato acontece devido ao período de estiagem no estado e a crescente onda de queimadas, que desde o início deste ano registra um porcentual de 169% comparado com o mesmo período do ano passado.
As queimadas acontecem principalmente em períodos de estiagem e secas. Então, quando a umidade relativa do ar está muito baixa, as vias aéreas respiratórias também se ressecam e facilitam ainda mais a suspensão do oxigênio.
O médico infectologista Eduardo Farias, destaca as principais doenças que surgem neste período de seca e queimadas: “Além da irritação dos olhos, e da sensação de garganta ressecada, as pessoas tem que ter um cuidado bem maior nas pessoas portadoras de doenças pulmonares, como é o caso dos DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, que é comum no fumante, no idoso, que teve muitos problemas respiratórios, as asmas, as alergias respiratórias, renite, ou seja, elas aumentam nesse período por conta do material tóxico que é jogado na atmosfera a partir dessa queima”, diz.
O médico também explica que qualquer tipo de queimada é prejudicial, inclusive as urbanas, que possuem um poder de intoxicação ainda maior: “A queimada urbana, queima plásticos, e queima outros elementos que vão soltando partículas tóxicas no meio ambiente e essa partícula tóxica ao ser ingerida, pode desencadear essas doenças ou piorar o estado delas. Então, é algo muito ruim e precisa ser combatido por todos. As pessoas acham que a queimada urbana, só é aquela do roçado, das derrubadas das fazendas, que também são graves, devem ser evitadas, mas aquele ‘fogozinho’ que você faz no quintal para queimar o lixo, também contamina o meio ambiente e também traz problemas”, conta.
De acordo com o capitão Farias do Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), as brigadas de incêndio atendem várias ocorrências por dia, trabalhando diuturnamente para impedir que o fogo se espalhe e saia do controle: “Nosso verão amazônico, iniciou bem mais severo e mais cedo esse ano. A umidade relativa do ar é muito baixa, quase nada de chuvas e os incêndios continuam se mostrando em todo o estado do Acre, aqui em Rio branco não é diferente, mas nossas equipes estão diariamente, diuturnamente, no combate a esses incêndios.”, relata.
Do início deste ano até o final do mês passado, apenas o mês de janeiro apresentou uma redução de 20% nos focos de queimadas em todo o estado do Acre. Os demais meses, inclusive o mês de maio, foram mais de 70% de aumento.
O capitão Farias, ressalta os municípios do estado que vem seguindo essa tendência de elavar os altos índices de incêndio e destaca que o serviço não para: “Nós temos os municípios de Feijó, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Rio branco que vem acompanhando essa tendência de subir a elevação dos índices de queimadas, mais de 10, 15 incêndios que nós atendemos ao todo. estão espalhados no baixo acre. Os três batalhões da cidade de Rio Branco estão empenhados atendendo aos incêndios. O serviço não para, dia e noite, infelizmente, ainda estão acontecendo incêndios”, conta.
Enquanto aguardamos por mais consciência em relação às queimadas, o especialista Eduardo Farias, da dicas e explica o que fazer nesse período, pelo menos, para amenizar a situação: ” É necessário tomar algumas medidas, uma delas é tentar umidificar o ar, com um umidificar no quarto, na sala, onde estiver idosos ou crianças. E também fazer manobras de botar bacias com água a noite no quarto ou toalhas molhadas para umidificar o ar. É importante manter arejado os ambientes, é importante hidratar bem as pessoas, é importante também a lavagem com soro fisiológico, das narinas, tudo isso consegue amenizar o problema. O centro da prevenção está por parte do Estado, para fazer a fiscalização mais rigorosa e intensa, e por parte da população tendo consciência que não se deve fazer queimadas, principalmente nessa época do ano.”, finaliza.
Com informações do repórter Marilson Maia para a TV Gazeta