O governo do Acre decretou situação de emergência em saúde pública nesta quarta-feira (08), em resposta ao aumento significativo de casos de arboviroses, especialmente dengue, devido ao período do inverno amazônico, que traz intensas chuvas e favorece a proliferação dos mosquitos transmissores. A medida visa intensificar as ações de combate e prevenção às doenças transmitidas por esses vetores.
O secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, explicou que a decisão foi tomada em virtude da crescente demanda nas unidades hospitalares e da previsão de um pico de casos nas próximas semanas. Segundo ele, a situação de emergência é uma ferramenta que permite ao estado solicitar suporte do governo federal para ações mais efetivas no combate às arboviroses.
“Sabemos que o período chuvoso propicia o aumento da proliferação dos vetores do mosquito transmissor da dengue. Estamos observando uma procura maior nas nossas unidades hospitalares. Esperávamos esse aumento, mas a curva está ascendente, com previsão de pico nas próximas semanas. Esse decreto de emergência pública é uma ferramenta que nos permite receber suporte da União para ações efetiva”, explica o secretário.
O secretário também destacou que a transição em algumas gestões municipais contribui para a vulnerabilidade da saúde pública na região. A medida busca garantir que a população não fique desassistida durante esse período crítico, com ressalvas que a saúde é uma responsabilidade compartilhada entre o estado, os municípios e a União.
“Estamos em um período de transição na gestão municipal, o que deixa a saúde municipal vulnerável. O decreto busca garantir que a população não fique desassistida. O paciente não é do município, do estado ou da União; ele é de todos nós”, comenta Pascoal.
Em termos de números, Pascoal informou que, de 2024 até a primeira semana de 2025, foram registrados mais de 6 mil casos suspeitos de arboviroses, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. Atualmente, 11 municípios estão em situação de risco, com mais de 4 mil casos confirmados e algumas internações necessárias.
“Tivemos mais de 6 mil casos suspeitos em 2024, com um aumento de 19% em comparação a 2023. Temos 11 municípios em situação de risco, com mais de 4 mil casos confirmados, dos quais 24 necessitaram de intervenção hospitalar. Infelizmente, tivemos um óbito no final do ano, uma criança de 9 anos em Cruzeiro do Sul, e outros dois óbitos estão em investigação”, diz o secretário.
O secretário também fez um apelo à população para que redobre a atenção em relação ao acúmulo de água parada, que é o principal foco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Ele orientou sobre a importância de verificar locais como quintais, telhados e espaços de trabalho para evitar a criação de criadouros.
“As orientações seguem as mesmas: verificar em casa e no trabalho locais onde a água pode estar acumulada. O Aedes aegypti é o principal vetor e o combate à ele começa com a nossa participação. Hoje, quem nos assiste é nosso principal aliado para combater esse mosquito tão pequeno, mas que causa um mal significativo”, conclui Pascoal.
Matéria em vídeo produzida pela repórter Débora Ribeiro para a TV Gazeta
Estagiário supervisionado por Gisele Almeida