De janeiro até outubro foram registrados 7.937 focos
O ano de 2020 está registrando um dos maiores índices de queimada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número alarmante fez o Governo do Estado se movimentar e diante do cenário, Gladson Cameli assinou decreto, publicado esta semana, criando o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental, o CIGMA.
A ideia do centro é gerenciar e manter atualizado o Estado em relação à degradação ambiental em todas as vertentes. O grupo é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, SEMA, que vai abastecer com informações os institutos do estado ligados a este setor, a fim de proporcionar o monitoramento do uso da terra e das transformações ambientais e assim apresentar soluções para os problemas.
Entre os meses de julho e setembro foram contabilizados 151 mil hectáres de áreas queimadas, o que faz o Estado correr contra o tempo para evitar que esse número aumente nos próximos dias.
O mês de agosto apresentou o maior número de desmatamento, segundo o sistema de alerta. O aumento foi de 172% se comparado a igual período do ano passado. Na Amazônia legal, o Acre foi o terceiro que mais desmatou, atrás somente do Pará e do Amazonas. Outro dado preocupante foi divulgado pelo o governo do Estado. De janeiro de 2020 até o dia 4 de outubro foram registrados 7.937 focos de incêndio.
Conforme o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Imazon, esse desmatamento de agosto equivale a uma área de 267 km². Só a reserva extrativista Chico Mendes, quando se trata de focos de calor neste ano, registrou oficialmente 877 focos de queimadas.
Antes mesmo do decreto com a criação do CIGMA, ainda essa semana, o ministério público já havia emitido uma recomendação ao governo do estado para que as legislações ambientais sejam cumpridas. O entendimento é que se uma ação enérgica não for feita agora, em 2021 a tendência é que os números saltem ainda mais.
De acordo com o presidente da ONG SOS Amazônia, que faz parte do conselho estadual de meio ambiente, um relatório foi enviado ainda no ano passado ao governo para se antecipar aos problemas de degradação, mas não houve um retorno dos pedidos.
Agora, a ONG avalia que o estado tenta recuperar o tempo perdido, quando em alguns casos a situação já está irreversível.