Anne Frank, Minha Melhor Amiga lançado em fevereiro de 2021, esquadrinha a vida breve da personagem sob uma nova ótica. Hannah Goslar, retratada no livro “Memories of Anne Frank: Reflections of a Childhood Friend” (1997), de Alison Leslie Gold, sem edição em português, seria melhor amiga de Anne.
Segundo a Netflix, que produziu o filme, a história é baseado na amizade entre Anne Frank e Hannah Goslar, da ocupação nazista em Amsterdã ao angustiante reencontro em um campo de concentração. No Brasil, o longa holandês foi disponibilizado no dia 1° de fevereiro de 2022, estando no Top 10 de produções mais assistidas da plataforma na semana de seu lançamento.
A classificação indicativa do filme é de 14 anos, com 1 horas e 43 minutos, considerado pela produtora como um filme melodramático. Está disponível na plataforma de streaming Netflix nos idiomas: alemão, inglês, italiano, português do Brasil, e na língua original, Holandês.
Cinebiografia: Anne Frank é interpretada por Aiko Beemsterboer e Hanneli Goslar é vivida nas telonas por Josephine Arendsen. Já o diretor da obra é o holandês Ben Sombogaart.

Hoje, mais uma vez, tomei a liberdade de invadir a coluna d’Os Estagiários. Juro que por uma boa causa. Geralmente não me meto no meio audiovisual por uma questão simples: não é minha praia. Mas, confesso que o filme da Netflix me chamou atenção no catálogo no fim de semana passado e eu resolvi assistir.
Se formos pensar, Anne Frank talvez seja uma das vítimas mais conhecidas do antissemitismo nazista que assolou a Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Seu diário, que contava o dia-a-dia de uma família judia escondida em um anexo na Holanda durante o conflito, foi preservado e o próprio pai de Anne publicou em 1947, com o título de “O Diário de Anne Frank”.
Um aspecto em particular nesse filme me chamou a atenção. Diferente de outros filmes, documentários e o próprio livro de Anne, a obra mostra uma versão diferente. Mostra uma Anne adolescente, brincalhona, que gostava de se divertir com os amigos, pregar peças, beijar e começar a descobrir os prazeres da vida – em vários sentidos, por isso o plural.
A imagem de Anne que vem sendo construída ao longo dos anos é de uma adolescente quase que angelical, pura e sem defeitos, uma espécie até de mártir. Não que ela não pudesse ter sido, não me entenda errado. Mas, apresentá-la como uma adolescente normal à época me parece mais sensato e real.

Outra coisa me chamou muito a atenção e me fez pesquisar até que ponto era real ou ficção. As duas, após anos sem contato, descobriram que tanto Anne quando Hannah, e seus familiares, foram parar em campos de concentração nazistas no mesmo local.
A família da sobrevivente conseguiu, por ter passaportes palestinos, ficar em uma sessão do campo de troca de Bergen-Belsen onde os episódios de violência eram menores do que no trecho ocupado pela família de Anne.
Os dois campos onde as amigas estiveram eram vizinhos. E por estar em uma situação melhor em relação a Anne, Hannah conseguiu enviar comida a amiga que estava doente e fraca. Anne teria reconhecido a voz de Hannah nas proximidades do grande muro que separavam os dois campos.
No primeiro momento achei que a cena teria sido criada para trazer um climax perfeito ao filme. No momento seguinte, pesquisei até onde aquilo poderia ter sido verdade, e para minha surpresa, descobri que Hannah conta essa história em seu livro – que deu origem ao filme – e já relembrou o momento diversas vezes em entrevistas.
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A história me emocionou de verdade. Pretendo assistir ao filme novamente para não deixar passar nenhum pequeno detalhe. Também espero um dia conseguir ler o livro que deu origem ao longa, já que só tem versão em inglês… quem sabe um dia!
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Pâmela Freitas é jornalista formada pela Ufac, pós-graduada em Jornalismo Digital pela Unyleya e repórter no site Agazeta.net