A Rizzo Parking, responsável pelo serviço de Zona Azul em Rio Branco desde março de 2023, anunciou na última terça-feira (29) a suspensão temporária das atividades na capital acreana. A decisão ocorre dias após a empresa ser denunciada, no último dia 23, por suposta atuação ilegal, o que ela nega. O tema foi um dos principais abordados pelo superintendente da RBTrans, Clendes Vilasboas, durante entrevista concedida à TV Gazeta.
De acordo com Vilasboas, o contrato com a Rizzo foi firmado via processo licitatório regular, mas a empresa deixou de cumprir cláusulas contratuais, como a revitalização das áreas de estacionamento. Mesmo após notificações da RBTrans e respostas parciais da empresa, as irregularidades persistiram. “Por isso não emitimos o TRAD (Termo de Recebimento Definitivo), e o processo continua em tramitação”, explica o superintendente. A Rizzo, segundo ele, decidiu suspender as operações por conta própria, o que pode resultar na demissão de cerca de 30 funcionários.
A denúncia de suposta ilegalidade, segundo Vilasboas, teria sido alimentada por documentos internos repassados ao vereador Eber Machado (PP) por um servidor da RBTrans. “Foi feito um uso político desse processo, que ainda está em análise. Criaram um alarde para atacar a instituição e favorecer interesses pessoais”, afirma.
Além da Zona Azul, Clendes Vilasboas também abordou a recente polêmica envolvendo notificações aplicadas por um agente da autarquia durante uma caminhada política do Partido Progressista (PP) na região da Sobral. O evento havia sido previamente autorizado, com a presença de agentes escalados apenas para orientar o tráfego. Ainda assim, foram aplicadas sete notificações consideradas indevidas, posteriormente anuladas por decisão unânime do Conselho Superior da RBTrans, com base no Código de Trânsito Brasileiro.
“Essas notificações não resultaram em multas. Foram reprimendas indevidas, e não cabia ao agente aplicá-las em uma via que estava interditada”, diz Vilasboas. Ele negou que tenha anulado pessoalmente as notificações, como circularam nas redes sociais, e afirmou ser alvo de perseguição interna. “Tem um grupo pequeno que usa a farda para perseguir a população e tentar desestabilizar a gestão. A maioria dos agentes é comprometida, mas alguns preferem aplicar multas por birra.”
Segundo ele, o foco da RBTrans é a orientação, e não a punição imediata. “Nenhum agente pode humilhar um condutor. A lei prevê moderação e razoabilidade”, reforça, criticando a prática de autuar condutores de dentro dos veículos com ar-condicionado. “Tem que orientar, tem que estar na rua, não apenas anotando placa.”
Apesar da suspensão da Zona Azul, Vilasboas alertou que as regras de estacionamento em vagas preferenciais continuam válidas. “Quem parar em vaga de idoso, deficiente ou em local proibido será notificado. A suspensão da cobrança não significa liberação geral”, afirma.