A cada ida ao supermercado ou mercado aberto, o consumidor se depara com uma realidade já conhecida, mas ainda incômoda: o aumento nos preços dos alimentos. Muitas vezes, os reajustes são sutis e quase imperceptíveis, mas em outros casos, a diferença pesa no bolso. Diante disso, estratégias como substituição de itens e cortes na lista de compras têm se tornado rotina para muitas famílias.
A boa notícia é que, nas próximas semanas, os preços de alguns alimentos podem começar a cair. A projeção é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que atribui a possível redução à queda global no preço das commodities — produtos básicos, como soja, milho e arroz, produzidos em larga escala e comercializados no mercado internacional.
“Podemos sim ter alguns produtos com queda de preço. Agora, o impacto que isso vai ter na inflação só quando de fato acontecer. Tanto que os mercados vêm trabalhando com expectativa, não de um crescimento muito forte da inflação, mas de uma relativa estabilidade em torno de 5,6%, que é um patamar ainda alto comparado com os anos anteriores”, explica o economista Carlos Franco.
O comportamento dos preços também está diretamente relacionado às condições climáticas. No Brasil, muitos alimentos são produzidos em períodos específicos do ano e, quando há problemas durante a safra — como secas ou chuvas intensas —, o reflexo é imediato no valor final para o consumidor.
“No ano passado, tivemos situações climáticas extremas, muita chuva em algumas regiões e seca em outras. Isso levou à quebra da safra de muitos produtos, o que fez com que os preços subissem muito acima da inflação. Este início de ano não está sendo tão ruim quanto o anterior. Por isso, produtos que tiveram grandes aumentos no ano passado, como o arroz, podem sim apresentar uma queda nos próximos meses”, analisa Franco.
Enquanto isso, os consumidores seguem atentos. Em tempos de incerteza, o planejamento das compras e a pesquisa de preços continuam sendo os principais aliados de quem precisa manter o orçamento em dia.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta