Após anos de reivindicações e tragédias, os moradores dos bairros Ayrton Senna e Aeroporto Velho, em Rio Branco, finalmente viram a concretização da passarela que liga os dois bairros. A obra, batizada de “Raquel e Daiane” em homenagem a uma mãe e filha que perderam a vida no local em 2004, foi entregue nesta sexta-feira (28), e marca o fim de um longo período de espera e perigos para a comunidade.
A passarela, construída em concreto e aço, substitui antigas estruturas de madeira que não resistiram à força das águas do igarapé. Com mais de 1,2 milhão de reais investidos, a nova estrutura promete segurança e praticidade para os moradores, que antes precisavam dar uma volta de aproximadamente 5 quilômetros para atravessar de um bairro a outro.
Agora, a travessia pode ser feita em poucos metros, com uma parada de ônibus logo ao lado, para facilitar o acesso ao transporte público e às escolas da região.
O local, que já foi palco de acidentes e tragédias, ganhou destaque em 2004, quando Raquel, de 24 anos, e a filha Daiane, de 9 anos, caíram no igarapé ao tentar atravessar um trapiche de madeira. O corpo de Raquel nunca foi encontrado, enquanto o de Daiane foi resgatado oito dias após o acidente. A tragédia deixou marcas profundas na comunidade e reforçou a necessidade de uma solução definitiva para o problema.
Durante a inauguração, o prefeito Tião Bocalom destacou a importância da obra e os desafios enfrentados para a conclusão e também lembrou dos problemas enfrentados em gestões anteriores, quando uma das pilares da estrutura inicial caiu, o que exigiu a reformulação completa do projeto
“Esse pedido tem pelo menos 25 anos. Foram feitas várias pontes de madeira, mas nenhuma resistiu à correnteza do rio. Agora, com essa estrutura de concreto e aço, acreditamos que a passarela está segura e vai atender às necessidades dos moradores”, afirma Bocalom.
A emoção tomou conta da cerimônia, especialmente para Ana, mãe de Raquel e avó de Daiane, que esteve presente na inauguração. Ela destacou que a homenagem às vítimas é um reconhecimento da dor, mas também um símbolo de esperança para o futuro.
“Toda vez que eu passo por aqui, lembro delas. É uma tristeza muito grande, mas pelo menos agora temos uma ponte que vai evitar que outras famílias passem pelo que eu passei”, disse a avó.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira para a TV Gazeta