Hoje, os mercados financeiros ao redor do mundo passaram por um dia de grande turbulência, com quedas acentuadas nas bolsas de valores, especialmente na Ásia, onde Hong Kong registrou uma queda de mais de 13%. Na Europa e nos Estados Unidos, os índices também sofreram perdas significativas, refletindo um clima de apreensão global. O principal motivo para essas quedas é a escalada das tarifas comerciais entre os Estados Unidos e outros países, como a China e a União Europeia. O governo dos EUA decidiu aumentar as tarifas sobre produtos importados, buscando proteger suas indústrias locais, mas essa estratégia acabou gerando uma série de reações negativas, como as tarifas impostas pela China sobre produtos americanos.
Esse aumento de tarifas intensificou a volatilidade nos mercados, fazendo com que investidores, temendo perdas, começassem a vender suas ações, o que resultou na queda dos preços. Esse tipo de movimentação no mercado não é uma novidade. Já vimos crises semelhantes no passado, como em 2008, quando a falência de grandes bancos e a queda no mercado imobiliário causaram uma recessão global. Mais recentemente, a pandemia de COVID-19 também levou a uma queda temporária nas bolsas, com a perda de confiança dos investidores. Em momentos como esses, o medo e a desconfiança fazem com que as pessoas se afastem de investimentos considerados mais arriscados, como as ações, e busquem alternativas mais seguras.
No entanto, essas crises eram originadas por falhas estruturais e eventos imprevisíveis, não por uma ação direta de um presidente, como no caso atual. Aqui, estamos lidando com uma situação em que uma decisão política — no caso, o aumento de tarifas comerciais — está gerando uma grande instabilidade, o que torna o cenário diferente de uma crise econômica global causada por fatores mais amplos e estruturais.
Além disso, o preço do petróleo, que também teve uma queda significativa hoje, influencia diretamente o custo de produção de muitos produtos. Quando o petróleo fica mais barato, isso pode até reduzir os custos de produção de alguns bens, mas a sinalização dessa redução é a previsão de uma menor demanda global, o que afeta o crescimento econômico, indicando uma desaceleração que pode impactar a economia de forma mais ampla.
Você deve se perguntar: o que acontece agora? Como um bom economista diria, tudo depende. O impacto dessas quedas pode ser grande, mas o futuro é incerto. Se as tarifas comerciais continuarem aumentando e as tensões globais escalarem, o comércio mundial vai sofrer e isso pode desacelerar ainda mais a economia global. Um cenário possível é uma recessão, onde a economia de vários países encolhe e as pessoas enfrentam dificuldades econômicas.
No Brasil, a incerteza também pode se traduzir em inflação mais alta, redução no poder de compra e mais dificuldade para as empresas. Com a instabilidade nos mercados, muitas empresas, especialmente as que dependem de exportações, podem diminuir seus investimentos, cortar custos e até demitir funcionários, o que prejudicaria ainda mais o crescimento econômico. E aqui entra um ponto crítico: como disse André Roncaglia, diretor do FMI, se todo mundo começar a reagir da mesma maneira, mesmo que de forma proporcionalmente menor, a preocupação no mercado vai aumentar. Esse tipo de atividade coordenada pode gerar uma “pobreza coletiva”. O comércio interno de diversos países, inclusive o Brasil, pode parar, pois as empresas ficam com medo de investir ou ampliar suas operações, e o consumo interno diminui. Esse efeito pode levar a uma desaceleração da economia global, já que menos pessoas compram e menos empresas produzem.
Esse cenário cria uma pressão inflacionária imediata, com os preços subindo enquanto a economia desacelera, o que é uma combinação perigosa. À medida que os preços sobem devido à falta de produtos e à queda no poder de compra das pessoas, a economia se torna mais instável e a desigualdade social aumenta. Logo, a busca por segurança no mercado financeiro, quando feita em larga escala por todos os investidores, não apenas afeta os mercados, mas também paralisa a economia de forma global, prejudicando tanto o comércio internacional quanto o crescimento interno das nações.
O que podemos esperar é que o clima de apreensão continue enquanto essas disputas comerciais não forem resolvidas. E se a situação se prolongar, pode afetar o consumo das famílias, já que, com a economia global mais fraca, as pessoas podem ficar com medo de gastar e preferir poupar. Isso diminui a circulação de dinheiro e pode impactar ainda mais a economia, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
Portanto, o cenário é de grande instabilidade. Embora ninguém possa prever com certeza o que acontecerá, o que sabemos é que as tensões comerciais, a queda nos mercados e o impacto nos preços do petróleo podem gerar um ciclo de dificuldades econômicas que afetará a vida de todos os países. A situação exige cautela e acompanhamento atento dos desdobramentos dessa guerra comercial, que pode afetar diretamente a economia global e, claro, a vida de todos nós.