Durante o período de chuvas intensas do inverno amazônico, o acúmulo de água em recipientes como latas, garrafas plásticas e copos descartáveis tem favorecido a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O índice de infestação, que mede a presença de larvas nos imóveis, está em 3,6% na capital acreana, colocando o município em situação de alerta, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Socorro Martins, apenas este ano, 991 casos de dengue foram confirmados na cidade, com mais de 270 exames ainda em análise. “Entramos em novembro com uma tendência de aumento, que é esperada para o período sazonal, mas este ano os números estão mais intensos. As unidades de saúde têm registrado maior procura de pessoas com sintomas da doença,” relatou Martins.
Além das medidas de controle e prevenção, o Estado está disponibilizando vacinas contra a dengue para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. A vacinação é realizada nas unidades de saúde, sendo necessário apresentar o cartão do SUS ou a carteirinha de vacinação. A nova remessa de doses chegou recentemente, reforçando os esforços para conter o avanço da doença.
No âmbito estadual, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) contabilizou 4.658 casos prováveis de dengue até o início de dezembro. De acordo com o coordenador do Centro de Operações de Emergência, Marcos Venícius Lima, o governo tem capacitado agentes comunitários e prestado assessoria técnica aos municípios para intensificar as ações de prevenção e controle.
“Os municípios desempenham um papel essencial ao realizarem campanhas educativas, visitas domiciliares e orientações à população. No entanto, precisamos estar atentos, pois um aumento brusco nos casos sobrecarregará as unidades de saúde estaduais, especialmente as que funcionam 24 horas,” alertou Lima.
Com o aumento dos casos, as autoridades reforçam o pedido para que a população adote medidas simples, como evitar o acúmulo de água parada, manter caixas d’água tampadas e eliminar recipientes que possam servir de criadouro para o mosquito. Além disso, incentivam que as famílias busquem a imunização para os jovens elegíveis. A conscientização e a colaboração de todos são fundamentais para enfrentar o desafio e proteger a saúde coletiva.
Matéria produzida pela repórter Débora Ribeiro para a TV Gazeta.