De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério Público do Acre (MPAC), Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério Público Federal (MPF) no final de 2023, o Acre, é um dos estados mais pobres com relação a políticas públicas às pessoas LGBTQIA+ do norte, cerca de 90% das pessoas trans não conseguem trabalho formal. Além disso, MPAC apresentou um Plano de Ação de Políticas Públicas para combater a situação.
Essa pesquisa foi divulgada pelo MPAC por meio de uma audiência pública sobre a Empregabilidade LGBTQIA+ no Acre. Nela, foram discutidas políticas públicas voltadas para a resolução desse cenário, tendo em vista que já é mais do que comprovado que de fato, essa minoria tem mais dificuldade de inserção no mercado que outros grupos.
Nesta mesma audiência, o estado apresentou um Plano de Ação sobre a empregabilidade desse público e abordou diversos objetivos como: promover a inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho; formação de turma EJA (educação de jovens e adultos) inclusiva para o público LGBTQIA+; articulação das federações, indústria e comércio no Acre para destinar vagas de trabalho para LGBGTQIA+,
Outras ações também são abordadas no plano, no entanto a questão que subentendida é como esses objetivos serão alcançados, pois questões como essas são muito mais profundas do que um pedaço de papel, é uma questão de preconceito e para funcionar de fato, é preciso pensar em um plano de conscientização social para mudar também a concepção das pessoas, tendo em vista que o ambiente de trabalho é formado por relações interpessoais.
Até o momento essas ações não foram implementadas. A equipe tentou contato com Associação de Homossexuais no Acre (Ahac), para apurar a implementação dessas ações, mas não obtivemos retorno.
Segundo o Jornalista de 26 anos e também integrante da comunidade LGBTQIA+, Khelven Castro, para uma pessoa homossexual, transsexual conseguir um emprego, a dificuldade chega ser duas vezes maior do que para os não integrante, pois essas pessoas são julgadas até mesmo por trejeitos.
“É um desafio para nós LGBTQIA+ conseguirmos um emprego, ou melhor, o primeiro emprego, pois a cobrança é maior, existe preconceito na hora da contratação e qualquer coisa pode te desestabilizar. É uma angústia que perpassa até mesmo a contratação, pois a convivência pode ser horrível”, comenta.
Durante a entrevista, foi abordado com ele o Plano de Empregabilidade dessa comunidade aqui no Acre e embora esteja muito bem empregado e feliz em sua atual profissão, ele fica esperançoso para que outras pessoas como ele consigam se inserir no mercado e viver dignamente.
“Eu fico feliz que finalmente políticas públicas voltadas a essa situação tão triste estejam sendo criadas. Eu espero que muitas pessoas consigam um bom trabalho e que isso seja o começo de uma boa mudança”, conclui.
Empregabilidade LGBTQIA+ no Brasil
No Brasil, embora tenha alguns estados mais desenvolvidos com relação às políticas públicas voltadas à comunidade LGBTQIA+, a situação não é muito diferente do Acre, pois segundo uma pesquisa nacional feita pelo Linkedin de 2022 sobre Orgulho no Trabalho, cerca de 43% dessa comunidade já sofreu algum tipo de preconceito no trabalho, bem como piadas e comentários homofóbicos.
Além disso, 23% deles têm receio de falar da sexualidade por medo de afetar negativamente o crescimento na empresa. 43% dos entrevistados nessa pesquisa afirmaram que as empresas onde trabalham não promovem políticas públicas ao público LGBTQIA+.
Clique aqui para conferir audiência pública sobre Empregabilidade LGBTQIA+ no Acre
Clique aqui para conferir o Plano de Políticas Públicas apresentado na audiência