A operação de retorno para casa das famílias que estavam abrigadas no Parque de Exposições de Rio Branco teve início nesta quinta-feira (28). A Defesa Civil Municipal autorizou a volta gradativa, considerando a estabilização do nível do Rio Acre. Inicialmente, o critério para liberação era a redução do rio para 10 metros, mas análises e monitoramentos indicaram condições seguras para o retorno antecipado.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão, a operação foi planejada desde o início da semana para garantir segurança e organização. “Hoje, quinta-feira, era esperado que o rio estivesse com 10 metros, mas devido ao volume de água do Riozinho do Rola e chuvas recentes, houve uma variação. No entanto, com o rio Acre dentro da calha e sem previsão de nova cota de transbordamento, conseguimos iniciar o retorno”, explica Falcão.
A retirada das famílias segue uma ordem definida: os moradores dos bairros mais afetados que chegaram primeiro ao abrigo serão os últimos a sair. O processo começou pelo bairro Itacoari, onde 33 famílias retornaram às suas casas. Em seguida, as famílias dos bairros Cadeia Velha e Baixada, somando 22 grupos, também serão liberadas.
O diretor de Assistência Social da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), Ivan Ferreira, destacou o apoio oferecido durante a permanência nos abrigos. “Aqui no Parque de Exposições, todos tiveram acesso a alimentação completa, materiais lúdicos e suporte necessário. No retorno, cada família recebe um kit de limpeza e uma cesta básica para recomeçar em casa”, afirmou.
No entanto, nem todos os desabrigados poderão voltar imediatamente. Segundo laudos da Defesa Civil, pelo menos 20 residências foram consideradas inaptas para moradia devido a danos estruturais. Essas famílias deverão permanecer no abrigo até que consigam um local seguro para residir, com apoio do aluguel social fornecido pelo município.
Para os que podem retornar, a emoção é evidente. “Só felicidade! É uma delícia voltar para minha casa. Ela é toda tortinha, mas é nossa, né? Aqui no abrigo fomos bem tratados, mas nada se compara ao nosso lar”, disse Gercimar Silva, uma das desabrigadas.
A dona de casa Antônia Rodrigues compartilhou o mesmo sentimento: “Graças a Deus chegou a hora de voltar. O abrigo foi um suporte importante, mas estar em casa é outra coisa”.
Ao todo, 547 pessoas chegaram a ocupar o abrigo de forma simultânea. A expectativa é que o processo de desmobilização seja concluído até o próximo sábado (30), garantindo que todas as famílias tenham destino definido e seguro.