De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), já foram registrados 177 casos suspeitos de Leptospirose em 2024, todos antes do aumento das águas. Com a enchente, a projeção é de que esse número se equipare aos registros de 2023, quando foram identificados 2.103 casos suspeitos, resultando em 170 casos confirmados e dois óbitos.
Por isso, com a vazante do rio no Acre, a população se vê diante de um desafio preocupante: a necessidade de limpar residências, calçadas e ruas para evitar possíveis problemas de saúde decorrentes do contato direto com as águas e a lama pós-vazante. Entre as doenças que podem surgir nesse cenário, a Leptospirose se destaca como uma ameaça à saúde pública.
Até o momento, a Sesacre ainda não registrou nenhum caso suspeito após o início da enchente, se considerar que o período de incubação da doença pode variar de 7 a 30 dias.
Diante desse cenário crítico, a médica infectologista Cirley Lobato enfatiza a importância de tomar precauções ao retornar às residências após a vazante. Ela alerta sobre os riscos de contaminação pela Leptospirose e orienta sobre a necessidade de evitar o consumo de alimentos que possam ter tido contato com a água contaminada, bem como a própria água, mesmo que filtrada.
“Durante esse momento crítico de pós-vazante. Quando você retornar para casa, vá com todo cuidado. Evite estar andando muito na lama. Use bota. Se não tiver bota, use saco. O hipoclorito ainda é a melhor forma de se proteger. A bactéria não resiste a ele. Então, toda limpeza que você for fazer, use hipoclorito, é uma forma de evitar a contaminação”, explica a médica.
É crucial ficar atento aos sintomas da Leptospirose, que incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, principalmente na panturrilha, náuseas, vômitos e falta de apetite até 40 dias após o contato com as águas da enchente ou do esgoto. Em caso de apresentar tais sintomas, é fundamental procurar imediatamente o centro de saúde mais próximo e informar ao médico sobre o contato com água ou lama de enchente.
O aumento dos casos suspeitos de Leptospirose no Acre em 2024 reforça a importância da conscientização e prevenção por parte da população, visando à proteção da saúde e à minimização dos riscos associados a esse período crítico pós-vazante.
Matéria em vídeo produzida pela repórter Wanessa Lima para a TV Gazeta