Natural de Porto Velho, atualmente Alessandra vive com seu marido e filho em Rio Branco
A palavra mãe, por muitas vezes, é sinônimo de força, garra, coragem e, principalmente, amor. Ser mãe não é uma tarefa fácil, requer muita dedicação. A maternidade pode ser assustadora de início, porque ela é um mundo completamente diferente. Se abdicar de coisas que você gosta para criar um filho é um desafio, mas ver o rostinho sorridente de um ser tão pequeno e indefeso, transmitindo todo o amor do mundo, não tem preço.
Hoje vamos conhecer a história de Alessandra Lopes, mãe do Ezequiel de apenas 7 anos. Alessandra atualmente tem 41 anos e nasceu em Porto Velho, localizado no estado de Rondônia, mas foi no Acre, na cidade de Sena Madureira, que conheceu seu marido e construiu sua família.
A maternidade sempre foi muito sonhada por Alessandra. Ela conta que sonhava em ser mãe desde criança e que queria ter quatro filhos. Ela e seu marido se conheceram no ambiente de trabalho e se casaram posteriormente. Depois de casados, juntos começaram a planejar a gravidez. No dia 6 de agosto de 2015, nasce Ezequiel. De acordo com ela, foi um momento muito feliz e especial na vida do casal, pois o menino havia sido desejado e esperado.
Segundo ela, sua gravidez foi maravilhosa, sem nenhuma complicação. Porém, conforme Ezequiel ia crescendo, seus pais começaram a perceber que ele não falava, não interagia muito. Por conta disso, em 2017 eles começaram uma investigação com uma neuropsicóloga, até que em março de 2018 Ezequiel foi diagnosticado com transtorno de espectro autista (TEA) nível 1 de suporte.
Momentos de dificuldades
Alessandra é bacharel em direito e trabalhava como assessora jurídica, e teve que se ver renunciando ao trabalho para viver exclusiva e inteiramente para se dedicar ao filho, algo que faz até hoje.
Como já dito, Alessandra e seu marido, Jozenilson da Costa, se conheceram em Sena Madureira e viviam lá, porém, com o diagnóstico, ela optou por morar na capital, pois seria mais fácil cuidar de Ezequiel, graças à maior quantidade de especialistas. Então ela teve que vir primeiro, em 2019, sozinha com o filho, porque seu esposo não conseguia transferência do trabalho, mesmo com o diagnóstico. Mas como ela tinha esse sonho de ser mãe, então não foi um obstáculo, apenas abraçou a maternidade e cuidou do pequeno.
“Foram momentos difíceis, não é fácil você passar três anos e sete meses sozinha. Imagina ter uma criança autista, e morar numa cidade onde você nunca morou, que é aqui em Rio Branco. Eu tive que renunciar e aprender tudo”, disse Alessandra.
Ela contou que durante esses quase quatro anos via seu esposo apenas nos finais de semanas e feriados. Eles tentaram de tudo, até buscaram o INSS a procura de alguma solução, mas todas as tentativas foram falhas. Então foi como um divisor de águas na vida dela, viver sozinha em um lugar novo, com nenhum conhecido.
“Meu esposo sempre fala que me admira muito nessa parte, de eu não ter tido medo. O que a maternidade não faz, né? A maternidade nos dá coragem. A gente vira uma leoa. Ela nos traz segurança, paz. Nem nós sabemos o quanto somos importantes para a vida dos nossos filhos”.
Alessandra conta que foi questionada por uma terapeuta se ela viveu o luto do diagnóstico e a resposta foi que não. Para ela, não cabia ‘viver o luto’, pois sua gravidez foi tão desejada e seu filho tão esperado que, apesar das circunstâncias, ela estava feliz por tê-lo.
Apoio da mãe
A família de Alessandra não mora no Acre, todos estão em Porto Velho. A única família dela aqui, além do filho, é o marido e a sogra, mas que estavam em Sena Madureira quando ela se mudou para Rio Branco. Porém sua mãe a apoia muito, mesmo longe.
“Minha mãe é uma excelente mãe. Quero frisar que tudo que eu sou e tudo que tenho de experiência como pessoa, a personalidade forte, determinada, guerreira, vem da minha mãe. São adjetivos e características dela. Ela me ensinou a ser forte e não desistir”.
“Mãe de autista”
Em 2018, após receber o diagnóstico, Alessandra criou uma página no Instagram para trocar experiências com mães de outras crianças autistas. Segundo ela, muitas mães de crianças autistas recém diagnosticadas a procuram via mensagem para trocar experiências ou até mesmo para pedir orientações.
“Não sou profissional na área de autismo, não tenho nenhuma especialidade, mas com minha experiência eu posso dar uma palavra de apoio, de ânimo e de fé”, disse a mulher.
Ela conta que é muito gratificante poder fazer essa troca, dizer palavras de conforto para essas mães que estão sem saber o que fazer, assim como ela já esteve um dia. De acordo com ela, após receber o diagnóstico não tem outra coisa a se fazer, é o amor e tratamento. Amar, tratar e viver. Confira a página clicando aqui.
Alessandra e sua família são muito tementes a Deus, ela é muito grata a Ele por tudo, por sua gravidez, por sua família e, principalmente, por seu filho, que ela tanto ama e cuida.
“Não foi fácil, mas eu sou grata e faria tudo de novo por ele, para que ele tenha uma vida de qualidade, uma vida normal. O meu filho é bênção do Senhor, é um presente na minha vida. Independente dele ser autista ou não, ele é um prazer de Deus para mim”, finalizou Alessandra Lopes.
“E a menina se fez mulher,
e a mulher se fez mãe…
Essa palavrinha de pronúncia doce
tem nela contida todas as doçuras e
as dificuldades que ser mãe implica.
Doar-se plenamente a uma criança,
de maneira tal que a vida gira em torno desses cuidados.
Ser mãe exige doação, cuidado, proteção,
mas ser mãe exige, acima de tudo,
receber o sorriso puro, o abraço sincero e ouvir a suavidade da voz
infantil a dizer, incansáveis vezes, mamãe, eu te amo!
Neste dia das mães,
sinta-se mulher abençoada por poder cuidar, proteger
e ser amada por seus filhos”.
(Poema por Claudia Vanessa Bergamini)
O site Agazeta.net deseja a todos um feliz dia das mães.