A defesa da família de Francisco Rui Costa, de 55 anos, morto no último sábado (24) a tiros pelo vizinho, o policial civil Fábio Caldeira Carvalho, descartou a alegação de legítima defesa no caso. Walisson Reis, advogado, falou que a família buscaria por justiça e não aceita a versão do policial.
“A gente questiona a conduta dos policiais envolvidos, da polícia civil, em liberar o acusado que entrou na casa do Sr. Rui, deu nele cinco tiros, um na cabeça, no tórax, na altura da cintura. Tiro na cabeça, e você vim alegar que é legítima defesa? Não é aqui, nem em nenhum do mundo, justiça, legítima defesa”, disse.
De acordo com o advogado, a alegação de que a vítima seria usuário de entorpecentes e a desavença antiga entre os dois não justifica a ação do policial. Walisson Reis questionou ainda a arma branca que teria sido utilizada pela vítima para ameaçar o policial, e descreveu a não prisão como um “tapa na cara” da sociedade, que clama por justiça.
“O policial invade a casa da vítima, mata ela ali dentro e vem alegar depois que havia uma tesoura. Nas imagens que nós tivemos acesso, não tem nenhuma tesoura. Ele não está ameaçando o policial civil com a tesoura. Então, esse policial não ser preso aqui no Acre é um tapa na cara da sociedade que clama por justiça. Agora você quer revitimizar a vítima para dar legalidade ao ato covarde do policial?”, descreveu o advogado.
O advogado afirmou ainda que vai acompanhar o caso junto ao Ministério Público e se reunir com a família para que a sociedade tenha uma resposta. Walisson Reis questionou a resposta do estado em casos como esse.
“Quando se mata um policial, a resposta do Estado é rápida, ela é célere, tem confronto, resistiu ao confronto, foi preso, acontecem coisas desse tipo. Agora, quando é o Estado imbuído de um agente público que mata uma pessoa com mais de cinco disparos, inclusive na cabeça, e vem alegar legítima defesa, é vergonhoso. Você acaba tendo descrédito das autoridades”, disse.
Reportagem produzida em vídeo pela repórter Rose Lima para TV Gazeta