QUEM?
A decisão de retirar Raphael Bastos da secretaria de Estado de Planejamento foi de quem? Foi uma decisão pessoal do governador Gladson Cameli? Ele diz que sim. Mas, se foi, baseado em quais critérios? Isso não está claro. Como não é clara a informação que a degola do jovem ex-secretário está na cota do governador.
QUEM? II
A saída de Bastos é resultado de decisão do oráculo Malheiros, associada ao pai de Gladson, o empresário Eládio Cameli? Ou a “incompatibilidade do modelo de gestão”, alegada pelo chefe do Gabinete Civil, José Ribamar Trindade foi vital para definir a saída?
OUTRA QUESTÃO
São perguntas que são alimentadas por um cotidiano que empolga as nervosas digitais de colunistas. Mas a questão de fundo é bem outra. O que o episódio expôs foi a completa falta de habilidade política da assessoria de Gladson Cameli. O DEM rompeu mesmo com o governo? Aparentemente, sim. A lógica exigiria o rompimento porque o Gabinete Civil não deu alternativas ao partido. Uma decisão como esta, em um ambiente mais cuidadoso com a Política, deveria ser mais compactuada.
CADÊ?
O que não dá para entender, levando em consideração que as decisões de governo são tomadas no Palácio Rio Branco e não em Manaus, é que o governador Gladson Cameli tem ao seu lado personagens da política regional que envelheceram no poder. Sabem como operar respeitando os partidos e seus líderes. “Uma decisão como essa só se toma ouvindo as pessoas, ouvindo a diretoria executiva [do partido]”, reclamou Alan Rick. O deputado está errado? Não. O raciocínio é razoável, dentro de uma lógica em que o Gabinete Civil opera em sintonia com o cuidado que a rotina política exige.
DEM
Durante todo dia (24), o assunto rendeu. Até que o DEM soltou uma nota anunciando a saída do governo. Mas o Democratas tem lá a sua dose de interesse no governo. Tem cargos em várias frentes da gestão. Abrirá mão disso em um episódio tão pouco transparente?
GPPE
A “incompatibilidade de modelo de gestão”, argumento usado para a degola de Bastos, não diz muito. Pode ser que Bastos tenha nomeado pessoas que não dominavam a rotina da Seplan; pode ser que tenha gastado muito e feito pouco. Há várias hipóteses, inclusive os embates com o chefe do Gabinete, José Ribamar Trindade. Houve uma reunião em que o próprio governador Gladson Cameli teve que intervir na briga entre Bastos e Ribamar para que o decoro e a civilidade pudessem ser mantidos. Para a gestão, fica o recado: o GPPE se fortalece. Ganhou o “espírito burocrata”.
CANDIDATÍSSIMO
No programa Gazeta Entrevista, o super-secretário Thiago Caetano não escondeu o desconforto em responder às perguntas que lhe associavam à ideia de que será candidato à Prefeitura de Rio Branco. “Isso me incomoda porque tira o meu foco de um trabalho que está sendo desenvolvido em tantas frentes de obras”, admitiu. O “staff” que acompanha o gestor é algo que chama atenção. O estilo discreto e ponderado, associado a uma pasta que lhe dará tanta projeção engrossam o caldo de uma rotina cheia de intenções.
MEL NA SOPA
As mudanças na legislação eleitoral caíram como uma luva para os partidos que apoiam Gladson Cameli. Os cálculos mais conservadores apontam que nas próximas eleições haverá pelo menos sete candidatos à prefeitura da Capital. Thiago Caetano é apenas um deles.
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